PRINCÍPIOS DA ECONOMIA
SOLIDÁRIA |
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PRI-1 |
Geruza de Fátima Tomé |
ECONOMIA SOLIDÁRIA: HUMANIZAÇÃO POSSÍVEL NO INTERIOR DO CAPITALISMO? |
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Este artigo tem como objetivo
contribuir para o debate acerca da economia solidária, tendo como alvo de
análise as propostas formuladas por Paul Singer nesse assunto, na qual o
perfil das atividades ali desenvolvidas seria a mola propulsora do
desenvolvimento de uma nova economia de cariz socialista. Neste caso, a
revolução aos moldes do marxismo, não seria a única forma das pessoas
construírem conscientemente uma sociedade mais humana, igualitária e justa.
Assim, busca-se questionar as características dessas relações econômicas
autogestionárias, a fim de evidenciar se de fato existe a menor possibilidade
de uma economia solidária autônoma que tenha uma lógica econômica específica,
sem que esta esteja totalmente subjugada a lógica de reprodução e acumulação
do capital. |
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PRI-2 |
Carlos R. Ladeia |
AUTOGESTÃO NO CAPITALISMO: UMA
EQUAÇÃO COMPLICADA |
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O termo autogestão, que é considerado
como um dos princípios da Economia Solidária, é utilizado para significar
diversas situações, de vida e de trabalho. Porém, seu sentido e seu emprego
em muitos contextos e experiências, devem ser polemizados. A autogestão tem
sua história indissoluvelmente ligada à história do movimento operário. A uma
tradição de luta que objetiva libertar o homem de diversas formas de
exploração e de opressão. Por isso este estudo é feito a partir da abordagem
das idéias que configuram as matrizes que lhes dão os fundamentos. Com isso
pretende-se chamar a atenção para o risco de banalização desse termo e para o
risco de proliferação de experiências isoladas, empreendidas em diversas
situações de organização de trabalhadores e de gestão coletiva de empresas,
caracterizadas como autogestionárias, não condizentes com o seu sentido
histórico de dispositivo forjado para a transformação da realidade social no
seu todo. |
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PRI-3 |
Édi Augusto Benini; Elcio Gustavo
Benini |
POR UMA ECONOMIA SOLIDÁRIA EFETIVAMENTE SOCIALISTA |
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Estudo reflexivo sobre as
contradições da “economia solidária”, porém em conjunto com a possibilidade
de tal proposta poder avançar no sentido de ser um real instrumento de
transformação social. O argumento central desde ensaio diz respeito que
somente uma postura aglutinadora, conciliatória e criativa sobre propostas de
transformação social, especialmente presentes nas teorias de Marx e Proudhon,
aliadas com a construção de uma ofensiva socialista - esta com base em novas
estratégias que sintetizem as problemáticas do mundo contemporâneo
(especialmente a questão do desemprego, devastação ecológica e a necessária
superação da ordem burocrática do capital) - podem superar as contradições
atuais do projeto efetivo de uma economia baseada na solidariedade. |
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PRI-4 |
Gildásio Santana Júnior |
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ANÁLISE
ORGANIZACIONAL: DIALOGANDO COM GUERREIRO RAMOS |
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Este artigo tem o objetivo de
relacionar análise organizacional e economia solidária. Para isso, coteja-se,
especificamente, a análise de Guerreiro Ramos sobre a teoria das organizações
com o fenômeno da economia solidária. A problemática que anima a discussão é
como a análise organizacional pode compreender o fenômeno da economia
solidária? Mais precisamente, procura-se investigar em que medida o arcabouço
teórico analítico desenvolvido por Guerreiro Ramos constitui-se como um
instrumental pertinente para reflexão da economia solidária. Os procedimentos
metodológicos adotados passam por uma análise crítica-comparativa de uma
formulação teórica (a obra de Guerreiro Ramos) com os contornos de um objeto
empírico (fenômeno da economia solidária). Lança-se mão de citação e de
quadro explicativo. Conclui-se que o modelo multidimensional e a discussão da
racionalidade propostos por Guerreiro Ramos possibilitam uma base teórica
para refletir sobre economia solidária. Assim, pode-se afirmar que Guerreiro
Ramos apresenta importantes contribuições no sentido de formatação de um
quadro interpretativo para o fenômeno da Economia Solidária. |
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PRI-5 |
Benedito Anselmo Martins de
Oliveira |
AS COOPERATIVAS POPULARES COMO
UNIDADES DE PRODUÇÃO DE CAPITAL SOCIAL E SUAS RELAÇÕES COM A ECONOMIA
SOLIDÁRIA |
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A multiplicação e a evolução das
cooperativas no Brasil, o desenvolvimento conceitual e a expansão das
experiências de economia solidária, potencializam ações coletivas que podem
servir para construção, utilização e reprodução de capital social. A
investigação acerca dessas experiências remete-nos a tese de que o
cooperativismo pode ser transformado em um importante instrumento na ajuda da
minimização do desemprego e da exclusão social. Num cenário de expansão
dessas práticas, esse cooperativismo é impulsionado para o desempenho de um
novo papel, nesse caso, ele carece de um recorte político, estrutural e
gerencial. É nesse sentido que esse cooperativismo se explicita como um novo
tipo, caracterizando-se como popular. As cooperativas que formam este novo
tipo de cooperativismo estão em várias partes do Brasil, desde as áreas
periféricas das grandes cidades, até as pequenas comunidades do interior
rural, provocando o exercício da solidariedade, da ajuda e da confiança mútua
e da cooperação. Coincidentemente, estas práticas e comportamentos significam
os componentes estruturantes do capital social e, na medida em que ajudam na
articulação de redes, estão reforçando o desenvolvimento da chamada economia
solidária. Portanto, a compreensão das dinâmicas dessas cooperativas e a sua
articulação com esses temas estão sendo foco de muitos estudos, inclusive o
que este artigo apresenta. |
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PRI-6 |
Eloíza Mara da Silva; Fernanda de
Oliveira Santos |
A LEGITIMIDADE DA ECONOMIA
SOLIDÁRIA: OS EIXOS PRINCIPIOLÓGICOS DOS GRUPOS POPULARES PARA A LEGALIDADE
NO ESTADO DEMOCRATICO DE DIREITO BRASILEIRO |
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Este artigo pretende estudar as
implicações das bases principiológicas da Economia Solidária (Ecosol) frente
à legalidade, a qual estão submetidos os empreendimentos autogestionários e
solidários debtro do Estado Democrático de Direito Brasileiro. Com isso,
visamos sobrelevar as imbricações entre legalidade e legitimidade, ou seja, o
intercruzamento entre Direito e Economia Solidária. Para tanto, ressaltaremos
a relevância dos padrões normativos: os princípios jurídicos, assim como dos
eixos centrais do ideário da Ecosol: os princípios ideológicos. Destacaremos
também, a legitimidade dos movimentos populares envolvidos na Ecosol para que
os mesmos despontem como agentes legítimos à participação dos momentos do
Direito, tanto legislativo quanto jurisdicional. |
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PRI-7 |
Lorena de Fátima Prim |
ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DA ECONOMIA
SOLIDÁRIA |
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A economia solidária rural em
Santa Catarina se consolida em todas as regiões, sendo uma resposta à
exclusão social da agricultura familiar neste Estado. Este trabalho mostra a
importância da dimensão psicossocial da economia solidária rural para a
compreensão de sua complexidade e de sua consolidação, exemplificando com o
estudo da Associação dos Agricultores Monte Alegre (AGRIMA). A revisão
bibliográfica fundamenta-se no conceito de economia solidária, de agricultura
familiar e dos aspectos psicossociais. Como resultado, se constatou que, na
dimensão psicossocial, as principais conquistas dos agricultores associados
foram a redução do estresse, a diminuição do medo do risco e da insegurança e
o aumento de ânimo e esperança no futuro, bem como da auto-estima, da
capacidade de diálogo e de reflexão crítica sobre a sociedade. No entanto, no
que tange à questão de gênero e da juventude, apesar das modificações em
curso, constatou-se que, ainda se reproduzem práticas patriarcais e
machistas. A consolidação de uma economia solidária rural que verdadeiramente
transforme a vida dos homens, mulheres e jovens está condicionada à
construção de novos sentidos, significados, sentimentos e ações para todos os
seus protagonistas. Para isso, é fundamental transformar, na integralidade, a
dimensão psicossocial dessa nova forma de fazer economia. |
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PRI-8 |
Regina Lúcia Sanches Malassise;
Rozane Alves |
CONDIÇÕES DE VIDA E TRABALHO NA ECONOMIA SOLIDÁRIA E NA ECONOMIA
CAPITALISTA |
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O presente artigo discorrerá sobre
as condições de vida e trabalho na economia capitalista e na economia
solidária de acordo com as características de cada uma encontradas na
literatura; tratará também dos valores e princípios encontrados nos
empreendimentos cooperativistas e as diferenças entre o associativismo e o
cooperativismo. A empresa e o sistema capitalista de forma clara e nítida
privilegiam os lucros e concentram renda nas mãos de poucas pessoas. Cerceam
o crescimento dos seus funcionários, pois o desenvolvimento humano está
submetido ao retorno financeiro. A economia solidária com seus
empreendimentos parece ser uma alternativa para a institucionalização da
democracia nos ambientes de trabalho, das decisões compartilhadas, no
crescimento do ser humano de forma integral assumindo responsabilidades pelas
decisões conjuntas, diminuindo a alienação no trabalho, uma vez que os
princípios que regulam as atividades dos empreendimentos solidários são
diferentes dos princípios capitalistas. Percebe-se que são grandes as
diferenças entre economia capitalista e solidária. As diferenças são pautadas
pelos objetivos almejados em cada uma das formas de organização produtiva. A
economia capitalista prescinde do lucro como forma de continuar sobrevivendo
na economia de mercado e a economia solidária se questiona a quem o excedente
deve servir para a perpetuação do empreendimento no mercado ou para a
perpetuação do ser humano em seu contexto integral, preservando o caráter
psicológico, ético e de existência do ser consciente e condizente com estes
valores. |
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PRI-9 |
Raquel de Aragão Uchôa Fernandes;
Maria Izabel Vieira Botelho |
ECONOMIA SOLIDÁRIA E A
ESTRUTURAÇÃO DE UM MERCADO MAIS JUSTO: O CASO DA ASSOCIAÇÃO MÃOS MINEIRAS E
DA COOPERATIVA CHICO MENDES |
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No contexto atual emerge a
necessidade de se pensar alternativas econômicas e sociais que possibilitem
interações diferenciadas entre os indivíduos, descaracterizando o sistema
capitalista como o único presente no cenário das relações estabelecidas na
sociedade. Neste sentido a Economia Solidária representa espaço para a
compreensão de um movimento que é multiforme com a manifestação de praticas
econômicas-solidárias muito distintas, que vem se estruturando em resposta ao
modelo atual. A análise da experiência da Associação Mãos Mineiras em sua
relação com Cooperativa Chico Mendes é muito importante neste exercício de
compreensão da práxis deste, e de outros coletivos, que vem se organizando
sob a perspectiva de um tipo de comércio que se respalda no universo do
Comércio Justo, fundamentado na solidariedade internacional, onde exista o
predomínio de relações comerciais mais justas entre “países do Norte e do
Sul”. Problematizar sobre a prática do Comercio Justo é fundamental para o
fortalecimento desta proposta que deve ser um caminho de dignidade e mudança
nas relações estabelecidas em nossa sociedade, tentando evitar que a
dificuldade de operacionalização desta proposta represente para alguns
coletivos motivo de descrença e desmobilização na perspectiva de que “um
outro mundo e comércio são possíveis”. |
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PRI-10 |
Luciana Martins Amorim; Valeska
Nahas Guimarães |
MULHERES NA ECONOMIA SOLIDÁRIA: O
CASO DA MARICULTURA CATARINENSE |
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Este trabalho é fruto da minha
dissertação de mestrado que teve como objetivo investigar o trabalho das
mulheres envolvidas com a maricultura, participantes da Federação das
Associações de Maricultores do Estado de Santa Catarina (FAMASC), nos
municípios de Florianópolis, São Francisco do Sul, Penha, Governador Celso
Ramos e Palhoça. Tratou-se de um estudo com grande relevância social por ser
pioneiro em estudar as mulheres em um setor cujo crescimento é expressivo em
Santa Catarina – a maricultura – e por tentar contribuir para o processo de
reflexão das mulheres envolvidas com a maricultura no que diz respeito às
suas condições de vida e de trabalho. |
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PRI-11 |
Danila Secolim Coser; Ana Lúcia
Cortegoso |
ECONOMIA CAPITALISTA X ECONOMIA
SOLIDÁRIA: PRÁTICAS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL |
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Muitas experiências atestam que
empreendimentos coletivos apresentam surpreendente capacidade de perdurar,
enquanto pequenos negócios fecham. Torna-se importante identificar fatores
diferenciais entre modos de produção tradicionais e solidários. Este trabalho
teve como objetivo comparar processos de recrutamento e seleção na economia
capitalista e na economia solidária, a partir do estudo de um caso de uma
cooperativa popular de limpeza. Iinciando suas atividades com 31 cooperados,
a cooperativa, após 6 anos e alguns grandes contratos, conta atualmente com
180 cooperados. Verificou-se que o recrutamento ocorreu basicamente como nos
empreendimentos tradicionais porém, na seleção, as escolhas se deram
principalmente pelas condições sócio-econômicas da população, por meio de
critérios definidos pelas próprias cooperadas (menor renda, número de filhos,
tempo de desemprego), e não por habilidades ou capacidades previamente
existentes. As técnicas usadas não eram sofisticadas, buscando-se o
atendimento a necessidades sociais humanas e da comunidade, o que vem ao
encontro dos princípios autogestionários. |
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PRI-12 |
Edir Antonia de Almeida; Flávio
José Dantas da Silva; Valmor Slomski |
CONTABILIDADE E INCLUSÃO SOCIAL:
ANÁLISE DAS DEMANDAS CONTÁBEIS SUSCITADAS PELOS EMPREENDIMENTOS DA ECONOMIA
SOLIDÁRIA |
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A Economia Solidária (ES) é um
modo de produção, comercialização e distribuição, baseado na solidariedade e
autogestão, recriado pelos trabalhadores como alternativa de superação de
desemprego ou subemprego. Com este trabalho objetivou-se estudar as demandas
que os empreendimentos da ES remetem à contabilidade, bem como analisar
alguns procedimentos contábeis alternativos passíveis de serem aplicados a
esses tipos de empreendimentos.
Através de um estudo bibliográfico e posterior análise, concluiu-se que
se trata de um novo grupo de usuários, tendo em vista as características dos
empreendimentos e perfil dos empreendedores. A autogestão marca registrada da
ES, suscita desafios, pois requer novos instrumentos e procedimentos
contábeis que sejam ferramentas adequadas à gestão praticada pelos próprios
trabalhadores. Enquanto processo educativo remete ao currículo de formação do
contador, o desenvolvimento de novos predicados, tais como a sensibilidade
social e habilidades de educador. Analisaram-se pesquisas mais recentes de
sistemas contábeis alternativos, em que se vislumbrou a possibilidade de
adaptação de algumas sistemáticas às peculiaridades dos empreendimentos da
ES, à medida que a forma de registro, controle, demonstração e divulgação
transcendem ao escopo dos sistemas tradicionais. |
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PRI-13 |
Willian
Higa |
A INOVAÇÃO E AS REDES DE ECONOMIA
SOLIDÁRIA |
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Este texto tem como objetivo
analisar posturas dos integrantes das Redes de Economia Solidária (RES) a
respeito da inovação, da Ciência & Tecnologia (C&T) e da
tecnociência. Esses são termos utilizados para descrever o processo pela qual
se encontram posicionamentos frente a novas tecnologias embutidas em máquinas
e equipamentos (dimensão “hardware”), organização da produção (“orgware”) e
do conhecimento nas RES (“software”). Parto da hipótese de que a tecnologia é
questão secundária, tratada enquanto neutra, universal, verdadeira,
incontrolável (determinada pelo Mercado) e única. A inovação entra na
discussão no sentido de aumentar e retiradas e no uso dos fundos de
reserva/excedentes dos empreendimentos solidários - empresas, cooperativas,
associações. O importante é a apropriação da tecnologia, advinda de massas
falidas de antigas empresas tradicionais ou na aquisição de tecnologia. A
sobrevivência é a questão norteadora, tendo a autogestão como premissa. No
item 2, discuto uma classificação sobre os posicionamentos dos atores sociais
em relação à inovação, desenvolvida por Renato Dagnino (2005), a partir de
Hugh Lacey e Andrew Feenberg. Essa análise preliminar, pertence a um estudo
que aprofundo em tese de doutorado, relativo às demandas tecnológicas
exercidas pelas RES, através do Departamento de Política Científica e
Tecnológica da UNICAMP. |
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EDUCAÇÃO |
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EDU-1 |
Marisa Nunes Galvão |
AS RELAÇÕES PEDAGÓGICAS NAS
EMPRESAS AUTOGERIDAS: EDUCAÇÃO POR MEIO DO TRABALHO COOPERATIVO |
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No atual contexto de precarização,
desemprego e flexibilização das relações de trabalho destacam-se as
estratégias empreendidas pelos trabalhadores buscando alternativas para a
exclusão social, por meio do cooperativismo e da autogestão. Inseridos no
campo da economia solidária, estes empreendimentos possibilitam um rico e
complexo processo de aprendizado desenvolvido por meio das relações
pedagógicas; valorizam a escolarização e a qualificação; abrem espaços mais
democráticos de participação e vivenciam um cotidiano repleto de
contradições. |
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EDU-2 |
Cezar Nonato Bezerra Candeias;
Amélia Virgínia Lucena Lima; Adriana Claudino da Silva |
INCUBAÇÃO, INCUBADORES E PEDAGOGIA
SOCIAL: PRIMEIRAS APROXIMAÇÕES |
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O trabalho discute o processo de
incubação percebendo o mesmo como uma pedagogia social e do agente incubador
como animador sociocultural, abordando a prática da incubação como uma ação
etnográfica. Também pontua a necessidade de se discutir o aspecto
profissional do agente incubador de maneira a apontar elementos que possam
conformar um perfil profissional do mesmo. |
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EDU-3 |
André Ricardo de Souza |
O PROCESSO EDUCATIVO DOS PROJETOS
ALTERNATIVOS COMUNITÁRIOS DA CÁRITAS |
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A Cáritas é um organismo da Igreja
Católica que apóia iniciativas populares, sobretudo de geração de trabalho e
renda, chamadas PACs – Projetos Alternativos Comunitários. Os PACs estão
presentes e vários estados do país, compondo aquilo que a Cáritas chama de
uma rede de Economia Popular Solidária. Numa perspectiva de “caridade
libertadora”, a despeito das contradições internas da igreja, essas unidades
comunitárias vêm exercendo um considerável papel educativo. Seus integrantes
gradativamente substituem a passividade de cunho assistencialista pela busca
de autonomia, através da participação nos fóruns e reuniões do movimento da
economia solidária. |
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EDU-4 |
Danielle Francisco de Oliveira;
Lívia Cátia Soares da Silva |
ECONOMIA SOLIDÁRIA E TEATRO DO
OPRIMIDO: UM DIÁLOGO POSSÍVEL |
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Este artigo é resultado de
observações e pesquisas realizadas em oficinas e apresentações práticas de
teatro com trabalhadores de grupos e empreendimentos da Economia Solidária
assessorados pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (Intecoop
/ UFJF). Através de técnicas do Teatro do
Oprimido, como o “Teatro-Foro”, o “Teatro-Imagem” e a “Dramaturgia
Simultânea”, do teatrólogo brasileiro Augusto Boal, são sugeridos exercícios
que estimulem e desenvolvam a autonomia, a auto-estima, a interação, a
criatividade, o imaginário, a solidariedade e a identidade pessoal e coletiva
dos participantes. Dessa forma, analisamos que o
fazer teatral se traduz em um importante instrumento de formação educacional
de seus praticantes, visando fortalecer vínculos e estimular a troca de
experiências através da comunicação cênica. O principal objetivo dessas
atividades é o resgate de valores humanos como o ponto central ao
desenvolvimento do empreendimento baseado em princípios da Economia Solidária
como a gestão democrática, a solidariedade, a cooperação e a autonomia. Como metodologia foi usado o
método de pesquisa participante, em que cada sujeito (pesquisador e
pesquisado), sentiu-se à vontade para expor suas opiniões acerca do trabalho
desenvolvido, intervindo, portanto, nos resultados da pesquisa. |
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EDU-5 |
Kelci Anne Pereira |
COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA E EDUCAÇÃO
NA ECONOMIA SOLIDÁRIA |
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Este trabalho discute as
aproximações entre o campo da comunicação comunitária e da economia solidária, destacando a
centralidade da educação no processo de incubação de cooperativas proposto
pelas Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares. Para tanto, os
autores trabalhados são Heilbroner e Luckás por discutirem a natureza e
lógica do capitalismo, tema que não pode ser negligenciado já que a economia
solidária pretende romper com esse sistema, penetrando em suas lacunas; Paul
Singer devido a problematização que faz sobre a economia solidária; Pereira e
Peruzzo por tratarem da comunicação nos movimentos sociais; Canivez por
trabalhar a cidadania e, por fim, Paulo Freire, o qual tem contribuído muito
para uma perspectiva critica da comunicação e da educação. |
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TRABALHO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA |
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TRA-1 |
Rita de Cássia Andrade Martins |
SAÚDE MENTAL E ECONOMIA SOLIDÁRIA:
INCLUSÃO SOCIAL PELO TRABALHO |
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A Saúde Mental e a Economia
Solidária estão em parceria na Reabilitação Psicossocial e Econômica das
pessoas portadoras de transtornos mentais e/ou transtornos decorrentes do uso
de álcool e outras drogas. A idéia destes parceiros é criar condições para
que estas pessoas possam participar de forma efetiva em atividades
produtivas. Estas iniciativas no campo da saúde mental, que já forma um mapa
de 156 experiências de geração de renda, nascem dentro dos serviços de saúde
mental e agora estão em processo de emancipação destes dispositivos. A
Economia Solidária foi escolhida entre tantos outros cominhos para subsidiar
ideologicamente esta proposta. |
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TRA-2 |
Marcus Vinícius Peinado Gomes;
Mario Aquino Alves |
O PROGRAMA OPORTUNIDADE SOLIDÁRIA
E A EMANCIPAÇÃO: UMA VISÃO CRÍTICA |
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O trabalho analisa o Programa
Oportunidade Solidária implementado pela Prefeitura Municipal de São Paulo,
no período entre 2001-2004, com o objetivo de combate a exclusão. Foi um
programa que visava emancipar os excluídos por meio da criação de cooperativas
populares. Procuramos analisar o caráter emancipatório desta política pública
a partir de um referencial teórico lastreado por autores críticos
contemporâneos, que discute emancipação, liberdade e relações de poder. A
metodologia utilizada foi um estudo de caso qualitativo baseado em
entrevistas, observação participante e análise documental. Os dados foram
analisados segundo a Análise Crítica de Discurso (ACD), que procura
compreender o discurso no contexto social ao qual está inserido. Como resultado,
entendemos que a Prefeitura Municipal de São Paulo colocou em prática uma
política pública que, mesmo acabando com a competição entre os projetos da
prefeitura, pecou na real emancipação dos beneficiários. O excluído foi
transformado em beneficiário, mas este não se tornou um cidadão. |
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TRA-3 |
Cláudio Roberto de Jesus; Wanessa
Pires Lott |
CRESCER COOPERANDO |
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O presente projeto propõe um
estudo do cooperativismo e da economia popular solidária em Minas Gerais. O
ressurgimento e ampliação do cooperativismo tem colocado novas questões para
o debate acadêmico atual. Por um lado, há um consenso de que o cooperativismo
não é um movimento único e uniforme, existem avanços e retrocessos,
instituições sérias e outras no mínimo suspeitas. De outro lado, diante dessa
diversidade, ainda não se tem informações qualitativas suficientes para
entender esse fenômeno como um movimento. Nesse sentido, o projeto proposto
tem a pretensão de contribuir para tal debate. |
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TRA-4 |
Eduardo Faria Silva |
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM
DO COOPERATIVISMO: EMANCIPAÇÃO OU SUBORDINAÇÃO? |
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A proposta de análise busca
elucidar o alcance dos objetivos prescritos na legislação que instituiu o
Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – SESCOOP, principalmente,
no tocante à formação do trabalhador em cooperativa. Trabalha-se, assim, com a
dissociação entre o pensamento cooperativista e o capitalista, em especial,
no que se refere ao indivíduo subordinado e aos aparelhos ideológicos de
formação, normalização e disciplina para o trabalho. |
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TRA-5 |
Henrique Parra |
O ESCORPIÃO, O SAPO, E ECONOMIA
CONTRA A POLÍTICA |
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O artigo tem como foco a análise
crítica das dificuldades enfrentadas na implementação do Programa
Oportunidade Solidária no Município de São Paulo. A ênfase do texto estará nas
condições e limitações sociais e políticas para a criação de uma política
pública de economia solidária. |
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TRA-6 |
Gleide L. de Souza; Nilton
Vasconcelos |
MOTIVAÇÕES E SOBREVIVÊNCIA EM
EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS |
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Este artigo aborda os desafios
enfrentados por empreendimentos pertencentes ao campo da Economia Solidária
para se manterem em funcionamento; bem como os fatores e motivações que
permitem que seus membros os sustentem apesar de tais obstáculos. São
considerados ainda alguns mecanismos de sobrevivência destes grupos
associativos. A análise aqui proposta sedimenta-se em um estudo realizado em
seis organizações integradas por trabalhadores de baixa renda, em sua maioria
mulheres, moradoras de bairros populares da cidade de Salvador. Identificou-se
inicialmente as dificuldades encontradas, que incluem a falta ou escassez de
geração de renda e os obstáculos da gestão coletiva e domínio de técnicas
gerenciais. Posteriormente, constatou-se aspectos que favorecem a permanência
dos membros nos grupos; motivações que os animam a persistir, destacando-se
os ganhos humanos e sociais; e meios encontrados pelas iniciativas para se
manterem. |
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TRA-7 |
Eliza Emília Rezende Bernardo
Rocha; Jéferson Soares Damascena |
AS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO
TRABALHO - A ASCEMAR EM ESTUDO |
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A globalização, as novas
tecnologias e a velocidade das transformações no mercado de trabalho fazem
com que o indivíduo tenha que aprender (ou pelo menos tentar) a lidar com
situações totalmente novas e que são de fundamental importância para a
realização dos seus sonhos para o futuro como ser humano e como trabalhador
que constrói a si mesmo e toda sua realidade. Os resultados destas
transformações trazidas pela globalização têm caráter ainda mais devastador
para os trabalhadores com menor grau de escolaridade e instrução ou que estão
à margem do mercado formal de trabalho. O que se
procura neste trabalho é investigar as transformações ou adaptações que o
trabalhador/ associado da ASCEMAR vivencia e enfrenta em um mundo do trabalho
que se modifica e o obriga a aprender
ou adquirir novas habilidades como forma de garantir sua sobrevivência. Quais
os impactos e efeitos que estas adaptações imprimem no seu caráter, na sua
personalidade? Qual o custo destas atitudes no campo subjetivo da construção
e/ou desconstrução de seus valores e suas expectativas? Para isso,
utilizou-se, nos procedimentos metodológicos, a técnica da entrevista
semi-estruturada, entrevistando todos os associados da Ascemar. |
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TRA-8 |
Leandro Belini; Nazem Nascimento;
Gerardo M. Melo |
GERAÇÃO DE TRABALHO, RENDA E O
DESAFIO AMBIENTAL NA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO |
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Sabendo que um dos principais
problemas apresentados pelos grandes centros urbanos está relacionado à
gestão dos resíduos sólidos, o presente trabalho visa oferecer algumas
contribuições para o entendimento desta questão, na maior cidade da América
Latina: São Paulo. Com isso apresenta-se uma nova política de desenvolvimento
sustentável ambiental e social, onde desempregados e trabalhadores do setor
informal da economia se organizam em empreendimentos solidários
autogestionários (cooperativas), intensificando a educação ambiental junto à
população e surgindo assim como uma nova alternativa de geração de trabalho,
renda e beneficiamento de materiais recicláveis. |
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TRA-9 |
Terezinha Moreira Lima |
CONSTRUÇÃO DE SOLIDARIEDADES E AS
COOPERATIVAS DAS MULHERES QUEBRADEIRAS DE COCO |
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As reflexões neste trabalho fazem parte do
projeto de pesquisa que tem em vista identificar e analisar a construção de redes
de solidariedades face aos processos de reestruturação produtiva e de
desenvolvimento regional no Maranhão voltadas para a geração de trabalho,
emprego e renda. Foram escolhidas as organizações do movimento das mulheres
quebradeiras de coco babaçu tendo em conta a sua expressividade nos
sindicatos rurais, associações e cooperativas. Essas iniciativas e
empreendimentos de economia solidária de trabalhadores (as) produzem
significados e formas de identidade como respostas à dinâmica das
contradições capitalistas, a ampliação crescente do desemprego e a
conflitante e desigual divisão sexual do trabalho. Reinventam-se modos de
produzir em torno de cooperativas e outros meios construindo-se novas
relações de trabalho orientadas na autogestão, posse coletiva de bens e
divisão eqüitativa de ganhos e em valores fundados na democracia, igualdade
de gênero e participação. As práticas criadas e recriadas pelo movimento das mulheres quebradeiras de coco que,
historicamente, labutam na terra, na colheita e quebra do babaçu, lutando
pelo seu reconhecimento como trabalhadoras, demonstram que estas mulheres
estão se constituindo como sujeitos sociais nos espaços das cooperativas,
associações, sindicatos e outros espaços públicos, impondo sua presença e se
fazendo respeitar. |
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RELATOS DE EXPERIENCIAS |
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REL-1 |
Vanessa Maria Brito Jesus |
DO OBJETO AO AFLORAR DO SUJEITO: O
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO NO CONTEXTO DA ECONOMIA SOLIDÁRIA |
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A configuração contemporânea do
capitalismo acirra cada vez mais a desigualdade social nos países
subdesenvolvidos. Nesse cenário, emerge a Economia Solidária como proposta de
um outro modo de produção, que tenha como cerne o homem humanizado, através
do resgate dos valores solidariedade, a cooperação, a democracia, o respeito
e a transparência, fatores essenciais para a construção de uma nova
realidade. O presente artigo, resultado de um
trabalho de conclusão de curso, pesquisou a viabilidade de utilização da
ferramenta de gestão Planejamento Participativo em um grupo de mulheres de
baixa renda que se propuseram a formar um empreendimento solidário em uma
favela na cidade de Bauru / São Paulo. Nesse sentindo, buscou-se também,
discutir a contribuição das Relações Públicas para a construção de novas
relações sociais. |
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REL-2 |
Roberta Helena dos Santos
Tonicelo; Douglas Ladik Antunes; Mauro de Bonis A. Simões |
ECONOMIA SOLIDÁRIA E DESIGN
INTEGRAL: UMA EXPERIÊNCIA COM ARTESÃOS DO CIPÓ IMBÉ DE GARUVA (SC, BRASIL) |
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O desconforto em relação às
problemáticas sócio-ambientais geradas pela economia capitalista é um fato
concreto. Diante destas problemáticas, o design deve se comportar segundo uma
ética que considere as dimensões sociais, políticas, culturais e ecológicas
orientadas à Economia Solidária. Tendo em vista estes aspectos, este artigo
reflete a emergência do Design Integral. O objeto de estudo da pesquisa
relatada trata do Ciclo de Vida do artesanato de cipó Imbé de Garuva, que
identificou necessidades e apontou demandas para a melhoria deste sistema,
através de pesquisa qualitativa com a comunidade em questão. Entre os
resultados verificados, destacam-se a extração desordenada e ilegal de cipó,
processos produtivos tecnicamente precários - e impactantes social e
ambientalmente -, além da exploração de artesãos por um comércio injusto.
Esta pesquisa resultou no Projeto Cipó Imbé, que é pautado em processos de
diagnóstico e validação com ferramentas participativas, na busca de soluções
de Manejo Sustentado, Design Integral e Economia Solidária. |
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REL-3 |
Danila Secolim Coser; Ana Lúcia
Cortegoso |
MÉTODO DE SISTEMATIZAÇÃO E ANÁLISE
DO PROCESSO DE INCUBAÇÃO DE COOPERATIVAS POPULARES |
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Através da necessidade de se
realizar um estudo de caso de uma cooperativa popular de limpeza com seis
anos de existência no mercado, buscou-se desenvolver um procedimento para
realizar estudos de caso de empreendimentos solidários. Partindo de um
trabalho que apontava classes de variáveis e variáveis que influem ou podem
influir no processo de incubação de cooperativas populares e da experiência
dessa cooperativa, novas variáveis foram agregadas as classes já existentes e
novas classes surgiram. Foram criadas perguntas referentes a cada variável a
fim de se obter com mais clareza a informação necessária para se contemplar a
variável ou classe. Concomitantemente, fontes na qual haveria as respostas
para a pergunta foram listadas em cada variável. Duas tabelas, uma para
verificação das informações e outra para organização dos dados foram proposta
a fim de nortear os estudos de casos de empreendimentos solidários |
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REL-4 |
Sandra Maria Batista; Horasa Maria
Lima da Silva Andrade; Elisangela de Moura Ramos |
PRÉ-INCUBAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS
ECONÔMICO SOLIDÁRIOS: ETAPA INOVADORA DO TRABALHO DA INCUBADORA TECNOLÓGICA
DE COOPERATIVAS POPULARES (INCUBACOOP/UFRPE) |
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Em um esforço que se contrapõe às
forças monopolizadoras do capital, o projeto: Incubadora Tecnológica de
Cooperativas Populares da UFRPE – INCUBACOOP se propõe a direcionar seu
trabalho de acordo com os princípios e no fortalecimento da economia
solidária no Estado de Pernambuco. Atualmente, a INCUBACOOP tem como
eixos centrais de trabalho o indivíduo, a família, a comunidade e o
empreendimento, se referenciando nas dimensões político – ideológica,
econômica, tecnológica e organizacional. Em sua atual fase tem realizado
uma etapa preliminar ao processo de incubação de grupos populares, denominada
pré-incubação, que tem suscitado reflexões a respeito de sua relevância no
trabalho de várias incubadoras brasileiras, constituindo uma experiência de
sucesso. Esta etapa foi recentemente
redimensionada no sentido de integrar o processo seletivo e ser o momento de
realização do diagnóstico participativo e da aplicação de oficinas temáticas,
o que gerou a ampliação da abrangência do trabalho da incubadora,
proporcionando elementos de análise da realidade do grupo mais coerentes com
os indicadores de avaliação propostos. Este artigo se propõe a discutir esta
etapa, analisando seus desdobramentos práticos a partir de referenciais
teóricos, na perspectiva da economia solidária. |
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REL-5 |
Luiza Teixeira; Manuela Ramos da
Silva; Ósia Alexandrina Magalhães |
GESTÃO DE EMPREENDIMENTOS
SOLIDÁRIOS: O CASO DA ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA
BAHIA |
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Este estudo faz uma reflexão sobre
o ensino da Administração diante das experiências de gestão na economia
solidária. Inicialmente, os empreendimentos de economia solidária serão
descritos, destacando suas particularidades, inclusive em sua gestão,
princípios e práticas. Acredita-se que as particularidades dos
empreendimentos de economia solidária devem ser consideradas na elaboração de
novos referenciais teóricos de gestão, e por isso, precisam ser discutidas
nos cursos de graduação em Administração. Para tanto, esse artigo relata o
caso da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia – EAUFBA,
que vivenciou algumas experiências de ensino, pesquisa e extensão na gestão
de empreendimentos solidários. Esperamos, com este artigo, ilustrar como a
economia solidária pode ter um espaço dentro de escolas de gestão, bem como
ressaltar a importância de discussões acerca das especificidades da gestão
desses empreendimentos. |
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REL-6 |
Luiz Felipe Novais Falcão |
COMUNICAÇÃO COMO ESTRATÉGIA PARA
TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS EM ECONOMIA SOLIDÁRIA |
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A comunicação estratégica é uma
forma de modificar a cultura organizacional, visando a aprimorar as relações
interpessoais e facilitar o acesso aos públicos-alvo de uma organização para
atingir um objetivo comum. Para a Intecoop/UFJF esse objetivo é o de gerar
trabalho e renda e promover a inclusão social de trabalhadores excluídos do
mercado. Dessa forma, a Incubadora lançou mão de ferramentas de comunicação
contínuas e vem obtendo resultados significativos que vão desde o bom
relacionamento entre equipe e cooperados até o aumento nas vendas dos empreendimentos
solidários. |
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REL-7 |
Ana Lúcia Gomes Borges; Leile
Sílvia Cândido Teixeira |
RECICLAGEM DE LIXO E COOPERATIVA
POPULAR – CONSTRUINDO UMA METODOLOGIA DE TRABALHO. |
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O texto refere-se ao trabalho de
educação ambiental e geração de renda
que a Universidade Católica de Goiás desenvolve por meio do Instituto Dom
Fernando (IDF) com uma parcela da população residente nas margens do rio Meia
Ponte em Goiânia. Trata-se de um trabalho de extensão universitária que busca
gerar renda para a comunidade ao tempo que discute educação ambiental, coleta
seletiva e reciclagem de resíduos. Para tanto o IDF construiu uma
Usina de Reciclagem de Lixo e fomentou a Cooperativa de Reciclagem de Lixo
(Cooprec). A Cooprec, é formada por 31
cooperados, o que significa por conseguinte a geração de renda direta para 31
famílias, aproximadamente 195 pessoas. A coleta de lixo chega a 50.000 kg / mês, com uma produção mensal
de 5.000 kg de grânulos (processamento do plástico), 6.000 mil telhas. A observação do trabalho indica a
viabilidade da articulação entre geração de renda, reciclagem e educação
ambiental. A separação e coleta de lixo, no
entanto, encontra várias dificuldades, uma vez que os moradores não percebem
que o lixo é responsabilidade de quem o produz. Outro problema encontrado em
Goiânia é o comércio do lixo, em muitos casos empresas que processam o papel
e exploram catadores. |
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REL-8 |
Ana Maria Rodrigues de Carvalho;
Carlos Rodrigues Ladeia; Fernanda Tie Komori Yamamoto |
CATADORES DE MATERIAIS
RECICLÁVEIS: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE COLETA SELETIVA |
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Visando a geração de trabalho e
renda e o resgate da cidadania dos catadores de recicláveis, foi constituída
em Assis-SP uma cooperativa com a assessoria da UNESP e apoio da Cáritas e
Prefeitura. A Cooperativa, em convênio com a Prefeitura, está implantando
Coleta Seletiva, alternativa para melhoria das condições de trabalho, renda e
garantia de direitos previdenciários. Conseqüentemente, a quantidade de
recicláveis disponíveis aos catadores que trabalham individualmente reduziu.
A Cooperativa busca integrá-los ao grupo da Coleta, porém, muitos resistem.
Pretendendo identificar as Representações Sociais de Coleta Seletiva destes
cooperados e subsidiar ações que viabilizem novas adesões, vimos realizando
esta pesquisa. A observação participante tem permitido coletar dados nos
espaços informais e formais de trabalho. Também estão previstas entrevistas
individuais. A compreensão dos conhecimentos construídos no cotidiano sobre
Coleta, partindo da Teoria de Representações Sociais e da análise de conteúdo
dos dados levantados, aponta para: a concepção individualista sustenta a
resistência em trabalhar coletivamente; adotar regras, horário fixo e
rendimentos divididos igualmente, é perder autonomia; desconfiança no
convênio com a Prefeitura; crença de que Deus é provedor e não os deixará sem
renda; participar da Coleta Seletiva é uma questão de tempo. |
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REL-9 |
Cinthya Andrade de Paiva
Gonçalves; Mariana Leandro Pereira; Samyna Tinoco Ferreira |
COOPERATIVAS SOCIAIS ITALIANAS :
UM BREVE RELATO |
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As cooperativas sociais italianas
foram criadas pela lei 381 de 1991, que as define como executoras de atividades de inserção e
apoio às pessoas em desvantagem social, perseguindo o interesse coletivo da
comunidade através da promoção humana e a integração social dos cidadão.
Insere-se na legislação italiana o cooperativismo social, um novo tipo de
cooperativa, diversa da sociedade cooperativa tradicional, tendo uma origem
privada com uma finalidade social. A lei cria as cooperativas sociais do tipo A, responsáveis pela gestão de
serviços sócio-sanitários e educativos e as cooperativas sociais do tipo B
que desenvolvem atividades diversas áreas com a finalidade de inserir no
mercado de trabalho pessoas em desvantagem social. Para tornar possível a relação
entre a cooperativa social e a Administração Pública, a lei estabelece a Convenção como modo de
contrato direto, sem a necessidade de licitação, e desonera a cooperativa
social dos encargos fiscais e previdenciários das pessoas em desvantagem
social. A cooperativa social se torna protagonista de um novo modelo de
gestão de políticas públicas, onde o Estado e a Sociedade Civil se tornam
parceiros, uma vez que cria nova oportunidades de emprego e amplia e melhora
a qualidade da prestação dos serviços de interesse coletivo |
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REL-10 |
Jéferson Soares Damascena; Rosiany
Maria da Silva; Carlos Siqueira da Mata |
RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO
PARTICIPATIVO: COOPERCANÇÃO , UM ESTUDO DE CASO |
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A globalização e a rapidez das
transformações proporcionadas pelo desenvolvimento de novas tecnologias
afetam diretamente não apenas as relações econômicas, mas principalmente as
sociais, em especial no campo do trabalho e do emprego. Os resultados destas
transformações são ainda mais profundos e têm caráter mais devastador para os
trabalhadores com menor grau de escolaridade e instrução ou que estão à
margem do mercado formal de trabalho Nesse contexto, um grupo de catadores
nos bairros Santa Felicidade e João de Barro, em Maringá, resolve se
organizar em cooperativa como forma de obterem melhores condições de
comercializar os produtos recicláveis, fugindo do jugo imposto pelos
atravessadores no monopólio da estipulação dos preços. A Coopercanção é uma
realidade e nos mostra como a economia solidária pode contribuir para que estes
trabalhadores, com os devidos apoios, podem lograr êxito nesta tarefa
difícil, que é contrariar o senso comum de que a autogestão não passa de
utopia. |
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REL-11 |
Vicente Macedo de Aguiar |
SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA EM
ORGANIZAÇÕES DE ECONOMIA SOLIDÁRIA: UMA ANÁLISE SOBRE A EXPERIÊNCIA DA VILA
ECOLÓGICA TERRA MIRIM |
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Este trabalho propõe, de início,
desenvolver uma discussão conceitual sobre o fenômeno da economia solidária,
adotando uma perspectiva fundamentada em pressupostos da antropologia
econômica e que, ao mesmo tempo, sugere uma desconstrução do entendimento
convencional (ou neoclássico) da noção de economia - que a reduz a idéia de
uma economia de mercado. A luz dessa
reflexão conceitual e analítica busca-se compreender como se realiza o
processo de sustentabilidade econômica de uma organização de economia
solidária, em particular, o caso da vila ecológica Terra Mirim (que optou-se
em formalizar-se com o estatuto de Fundação). Esta experiência demonstra algo
singular, pois para garantir a perenidade da organização e a manutenção dos
princípios solidários presentes no seu projeto político original, a Fundação
Terra Mirim articula distintas fontes de recursos, ligadas a atividades
econômicas de natureza distintas. |
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REL-12 |
Vanessa Resende Barbosa; Janio
Caetano de Abreu |
MONITORAMENTO DO PROCESSO DE
GESTÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DE SÃO JOÃO
DEL-REI – ASCAS |
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Este estudo trata do projeto
“Inclusão social dos catadores de materiais recicláveis de São João
del-Rei/MG e conscientização ambiental”, um projeto interdisciplinar, que
existe há três anos e tem como principais desafios o fortalecimento e a
consolidação da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de São João
del-Rei - ASCAS, visando a emancipação social e econômica dos catadores, de
forma sustentável, além da implantação e ampliação da coleta seletiva no
município. O presente estudo, que tem origem
em um Programa de Iniciação Científica, financiado pela FAPEMIG, objetiva ter
um instrumento de gestão para monitoramento e avaliação da performance
operacional, socioeconômica e administrativa de entidades associadas e
relacionadas à cadeia de resíduos, a partir de alguns indicadores de gestão.
Deve-se destacar que a pesquisa se encontra em desenvolvimento, mas já são
notórios alguns resultados: crescimento do quadro social da associação;
variação no volume do material coletado, do preço de venda e da renda dos
associados; aumento dos recursos próprios da ASCAS, dentre outros. |
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REL-13 |
Carolina Orquiza Cherfem |
UMA PROPOSTA DE EMANCIPAÇÃO DOS
SUJEITOS NA CONSTRUÇÃO DE UMA MARCENARIA AUTOGESTIONÁRIA |
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O presente artigo tem como
objeto/sujeito de estudo a incubação de um empreendimento coletivo
autogestionário de uma marcenaria em implantação no Assentamento Fazenda Pirituba,
no município de Itapeva-SP, localizada em uma região que apresenta baixos
índices de desenvolvimento humano (IDH). Atualmente a marcenaria é formada
por um grupo de quatro mulheres e um marceneiro instrutor que produzem
componentes em madeira para a construção de quarenta e nove casas no
Assentamento. O objetivo deste grupo é a construção de um empreendimento
coletivo autogestionário com geração de trabalho e renda para a continuidade
do aprendizado adquirido no processo de construção das habitações, na
perspectiva de desenvolvimento para o Assentamento. Pautado nos princípios da economia
solidária, este artigo pretende relatar a experiência vivenciada neste
processo de início de incubação e problematizar as bases teóricas por ele
apresentadas. Também é objetivo deste artigo contribuir para a produção e
socialização de conhecimento, formação e intervenção profissional no âmbito
da economia solidária, por meio de processos pedagógicos emancipatórios na
perspectiva de aumento de oportunidade de trabalho e de renda, valorizando os
recursos humanos e materiais locais.
Para tal adotam-se planejamentos participativos que buscam a
horizontalidade das relações e do conhecimento. |
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REL-14 |
Éder Lira de Souza Leão |
DESENVOLVENDO PARA VIVER: O CASO
DE CARANGUEJO TABAIARES E OS JOVENS
EMPREENDEDORES |
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Este artigo empreende um relato de
uma pesquisa de campo, em que foi acompanhado o dia a dia de um
empreendimento - Jovens Empreendedores de Caranguejo Tabaiares - de uma
comunidade (Caranguejo Tabaiares) no Recife. Foi acompanhada e analisada
tanto a organização interna como criação, produção e comercialização dos
produtos e gestão deste grupo produtivo assim como as entidades da sociedade
civil que promovem ações sociais importantes para sua estruturação e fomento.
Conclui pela identificação de uma relação intrínseca entre as organizações da
sociedade civil e a formação deste grupo produtivo em cada estágio de
desenvolvimento. Este empreendimento surge como um grito da identidade social
de uma comunidade e o manifesto da resistência cultural desses cidadãos. Este relato apresenta sua importância como
fonte de informações de um empreendimento se desenvolvendo a cada dificuldade
e se fortalecendo a cada conquista. |
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REL-15 |
Igor S. H. de Carvalho; Omar
Silveira Junior |
UMA ANÁLISE DO EMPREENDIMENTO
FRUTASÃ (CAROLINA-MA, BRASIL) À LUZ DA ECONOMIA SOLIDÁRIA |
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A fábrica de polpas de frutas
FrutaSã começou a funcionar em 1994, no contexto do Projeto Frutos do
Cerrado, objetivando a implementação de uma alternativa de geração de renda
aliada à conservação do Cerrado da região das Terras Indígenas dos Povos
Timbira. A empresa tem como proprietárias a Associação Wyty-Catë das
Comunidades Timbira do Maranhão e Tocantins, única beneficiária dos lucros
gerados, e a organização não governamental Centro de Trabalho Indigenista –
CTI, fiel depositária frente às instituições externas. Neste artigo,
defendemos que o empreendimento se distingue da economia capitalista, e,
portanto, se aproxima do conceito da Economia Solidária, por uma série de
motivos: seus lucros se destinam a dar suporte às ações e objetivos sociais
da Associação Vyty Catë; a FrutaSã estabelece uma cooperação entre indígenas
e seus vizinhos não-índios, gerando renda para as comunidades locais; e
também conserva e recupera a vegetação nativa da região. São levantadas
algumas questões que podem subsidiar discussões mais aprofundadas sobre
empreendimentos solidários e socioambientais, como a adequação dos processos
decisórios operacionais à realidade do mercado, os conflitos socioculturais
decorrentes da interação de indígenas com pequenos agricultores e a
necessidade de subsídios (investimentos a fundo perdido) para viabilizar este
tipo de empreendimento. |
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REL-16 |
Rizoneide Souza Amorim; Eleonora
Bezerra de Melo Tinôco Beaugrand |
A CONSTRUÇÃO E/OU RESGATE DA
CIDADANIA NOS EMPREENDIMENTOS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA: O CASO DO DENDÊ –
FORTALEZA – CEARÁ |
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Esse estudo apresenta resultados
de uma dissertação de Mestrado que enfoca reflexões relativas ao que nesses
últimos anos se está denominando Economia Solidária. Diante de um contexto de
crise econômica e de desemprego crescente as iniciativas de trabalho coletivo
intituladas como experiências de economia solidária, apresentam-se como
alternativa de trabalho e melhoria das condições de vida para os setores de
baixa renda e as classes trabalhadoras que não visualizam uma oportunidade de
inserção no mercado de trabalho formal. A referida pesquisa trabalhou o grupo
informal solidário da comunidade do Dendê, na cidade de Fortaleza – Ceará e
chegou a algumas conclusões importantes dentro do processo. A economia
solidária, a priori, introduz uma “ruptura” nas relações de trabalho e no
modo de produção capitalista, levando a emergência de uma nova forma de
organização social da produção, baseada na cooperação e autogestão. A
organização coletiva nessas experiências contribui para o resgate e/ou
construção da cidadania das pessoas envolvidas, além de se constituir como
uma estratégia de inclusão social, capaz de combinar o fortalecimento de
medidas comprometidas com a redistribuição de renda e com os caminhos de
emancipação social, política e econômica em contextos locais. |
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REL-17 |
Tatiana Araújo Reis; Genauto de
Carvalho França Filho |
ECONOMIA SOLIDÁRIA E
SUSTENTABILIDADE PLURAL – O CASO DA COOPAED |
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Este trabalho tem por objetivo
propor alguns parâmetros de compreensão da dinâmica da sustentabilidade em
organizações de economia solidária. Parte-se do pressuposto de que a
construção do econômico neste tipo de prática é permeada por uma pluralidade
de lógicas entre a troca mercantil, não mercantil e as diferentes modalidades
de solidariedade, conformando sua dimensão não monetária. Tal consideração
sobre a sustentabilidade situa-se em relação a um marco conceitual específico
de tratamento do tema, em que a discussão sobre economia solidária
inscreve-se numa perspectiva de sociologia e antropologia econômica. Nesta
perspectiva, para além do entendimento da economia enquanto economia plural,
nesta perspectiva de entendimento da economia enquanto economia plural
enfatiza-se a apreensão das dimensões sócio-cultural e política presentes
nestas iniciativas, que interferem na dinâmica interna da organização e na
sua sustentabilidade. O texto sugere, neste contexto, uma caracterização do
tema da economia solidária e da sustentabilidade e a aplicação de quadro para
análise da sustentabilidade em um caso concreto. |
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REL-18 |
Érica Simões Ramirez; Ana Lucia
Cortegoso; Amadeu Logarezzi |
ARTICULAÇÃO DE PRODUTORES E
CONSUMIDORES NA IMPLEMENTAÇÃO DE REDES EM ECONOMIA SOLIDÁRIA |
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No cenário do mundo atual, com o
padrão centralizador da globalização, pautado por uma política de
mercado, iniciativas associativas se mostram cada vez mais necessárias e
presentes. É nesse contexto que elas buscam a inserção social e econômica e
se deparam com as barreiras criadas pelo sistema capitalista. Diante dessa
luta, evidencia-se como relevante promover uma articulação mais justa,
ética e solidária entre consumidores e produtores de bens e
serviços, eliminando intermediários das relações de compra e venda,
promovendo um comércio mais eqüitativo e transparente e buscando o
desenvolvimento local e sustentável das regiões em que se inserem esses
atores. A Incubadora Regional de Cooperativas Populares da Universidade
Federal de São Carlos, promovendo iniciativa nesse âmbito, incuba o
grupo Articulação Ética e Solidária para um Consumo Responsável – ConsumoSol,
que tem como foco a implementação de parcerias entre empreendedores e
consumidores, no desenvolvimento da Economia Solidária em São Carlos e
região. |
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REL-19 |
Jean Carlos Machado Alves; Janio
Caetano de Abreu |
O PROJETO ACONTECE: UMA
EXPERIÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO DE UMA MOBILIZAÇÃO SOCIAL EM REDE DE
COOPERAÇÃO |
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Este estudo focaliza o Projeto
Acontece, uma mobilização articulada de cerca de 35 associações de pessoas e
movimentos religiosos. O Projeto existe a 06 (seis) anos com o objetivo de
trabalhar junto à comunidade no resgate da cidadania, para proporcionar
melhores condições de vida à população carente do município de São João del
Rei/MG. Assim sendo, o Acontece apresenta esforços, mobilização e até
articulação entre entidades associadas e integrantes, mas há problemas tais
como: contradições internas e dificuldades vividas por injunções de setores
políticos existentes e que interferem na performance do Projeto. Partiu-se no
presente estudo, que tem origem em um Programa de Iniciação Científica,
financiado pela FAPEMIG, de uma proposição de que o Acontece trabalha sob uma
perspectiva de rede do tipo social, porém não se trata de uma rede
previamente constituída e estruturada de forma deliberada. No estudo ficou
comprovado que, em que pese se verificar alguns indícios de articulação
relacionada a algumas tipologias de rede, não há um projeto deliberado nos
moldes de enredamento organizado e com elementos essenciais que um processo
de atuação em rede exige. |
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REL-20 |
Larissa Resende Martins Ferreira;
Jean Carlos Machado Alves; Vinícius Martins Ferreira |
O PROJETO MARIA DE BARRO:
CONSTRUINDO UMA REDE SÓCIO ECONÔMICA, AMBIENTAL, HISTÓRICA E CULTURAL |
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O presente trabalho tem como foco
o Projeto Maria de Barro um projeto sócio ambiental que objetiva a promoção da inclusão social por meio da
capacitação de pessoas para serem empreendedores comunitários. A seis anos desenvolve na cidade de
Nazareno/MG e região, através de uma educação sócio ambiental, capacitação de
profissionais autônomos de baixa renda para encaminhá-los ao mercado de casas
ecológicas, através de intermediação entre a oferta e a demanda de serviços e
valorizando o trabalho do profissional, possibilitando sua auto- ajuda e sua
habilitação profissional, simultaneamente com a sensibilização da demanda,
visando a interação dos clientes que demandam serviços com o funcionamento e
a filosofia do projeto. O Projeto Maria de Barro está implantando unidades
produtivas associativistas e viabilizando a criação de um Centro Regional
Integrado de Desenvolvimento Sustentável ( CRIDES). Este estudo de caso tem como
objetivo relatar e analisar a experiência de um projeto sócio econômico-ambiental
bem como as suas conseqüências para um desenvolvimento regional. O Projeto se encontra em
desenvolvimento, mas já são notórios alguns resultados como: a conquista da
cidadania a partir da potencialização do resgate sócio econômico, ambiental,
histórico, cultural e desenvolvimento de novas tecnologias sociais através de
implantação de redes solidárias. |
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REL-21 |
Eduardo Rocha; Pierre Moreira dos
Santos |
ARQUITETURAS DO ABANDONO: O ESPAÇO
NOS EMPREENDIMENTOS COOPERATIVOS |
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Pensamos as arquiteturas do
abandono a partir de vivencias em espaços de empreendimentos
autogestionários. Espaços agenciados por sujeitos excluídos de uma
arquitetura dita acadêmica, mas incluídos na vida da pólis. Entramos numa
zona indistinta, onde interno e externo, público e privado, bios e zoé,
academia e usuário se esfumam. Descobrimos que o abandonado é aquele colocado
a mercê ou liberado, desregrado. Não existe um fora da lei, mas sim um
sujeito entregue ao seu bando. Arquiteturas são políticas, as arquiteturas do
abandono são regidas por leis que não prescrevem, não são receitas. Projetar
espaços para esses grupos é se entregar ao bando, é colocar-se no mundo,
representar-se. É preciso que a universidade se pergunte a quem representa? E
com isso volte seu olhar para a periferia que a rodeia, não seja apenas uma
máquina de fragmentos, de retalhos. A estrutura de bando precisa ser
reconhecida na cidade e nos espaços em que vivemos. Ler a cidade a partir de
suas arquiteturas do abandono é olhar a vida nua e o poder soberano unidos em
uma só representação. É a representação do múltiplo, das multidões, não das
minorias, das exceções. Arquitetura é relação, é desejo, é corpo. Arquitetura
é vida. |
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REL-22 |
Danilo Mendes Nardini; Wilton
Massanobu Tani |
RECICLANDO IDÉIAS - PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA
ACESSÍVEL PARA RECICLAGEM |
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Este artigo apresenta os
resultados do Projeto de Extensão Universitária Reciclando Idéias, um projeto
de Extensão Universitária do Escritório Piloto do Grêmio Politécnico da USP e
aprovado pelo Fundo de Cultura e Extensão Universitária sob o número
2003.1.1947.3.0. São apresentadas as bases sobre as
quais a equipe se baseou tanto para a pesquisa sobre Economia Solidária como
para a concepção de um equipamento útil e acessível a cooperativas autogestionárias
de coleta. São apresentadas também as experiências que trouxeram à equipe do
projeto maiores argumentos sobre a necessidade de desenvolvimento social
aliado à preservação do meio ambiente. Ao fim, é feita uma discussão
sobre o potencial deste trabalho, propondo a sua exploração para as entidades
que militam pela autogestão. |
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REL-23 |
Henrique T. NOVAES |
PARA ALÉM DA APROPRIAÇÃO DOS MEIOS
DE PRODUÇÃO? O PROCESSO DE ADEQUAÇÃO
SÓCIO-TÉCNICA EM FÁBRICAS RECUPERADAS |
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Este artigo apresenta o resumo dos
capítulos de uma pesquisa realizada em 8 Fábricas Recuperadas (FRs)
brasileiras, argentinas e uruguaias para identificar processos de Adequação
Sócio-Técnica (AST). No plano teórico, iniciou-se pela avaliação da
concepção, entre outras, da corrente principal do marxismo, que acredita que
as forças produtivas seguem um caminho inexorável e podem ser usadas numa
eventual sociedade socialista. Provavelmente por isso, os partidários da
Economia Solidária acreditam que a tecnologia convencional, engendrada sob a
égide das relações sociais de produção capitalistas para atender à lógica de
acumulação das grandes empresas, pode ser usada sem significativas
modificações nos empreendimentos autogestionários que preconizam. Baseado na
visão daqueles que revisitando o enfoque da construção social da tecnologia
argumentam no sentido antagônico, e nos estudos sobre aprendizagem
técnico-econômica latino-americanos, concebemos o conceito de AST. Ele pode
ser entendido como um processo inverso ao da construção sócio-técnica, em que
um artefato tecnológico sofreria um processo de adequação aos valores e
interesses políticos de grupos sociais relevantes, distintos daqueles que
originalmente participaram de sua construção. Na pesquisa empírica,
observamos que as FRs, apesar de inseridas no sistema produtor de mercadorias
e tendendo a reproduzir as relações de trabalho herdadas, promoveram
processos de AST nos âmbitos de a) software: mudanças de natureza cultural
ligadas à repartição do excedente (i.e., retiradas mais próximas ou
igualitárias), adequação parcial da fábrica aos interesses dos trabalhadores,
apropriação do conhecimento do processo produtivo sem modificação da divisão
do trabalho; b) orgware: apropriação do conhecimento do conhecimento do
processo produtivo com modificação da divisão do trabalho; c) hardware:
aquisição de maquinário, adaptações e repotenciamento. As FRs observadas,
embora tenham promovido processos que se inserem na tipologia de sete
modalidades de AST propostas na metodologia desenvolvida na pesquisa, parecem
encontrar obstáculos devido: a) à naturalização da organização do processo de
trabalho pelos cooperados, b) ao fetiche da tecnologia, que leva a que se
acredite que a última tecnologia é sempre a melhor e se ignore o caráter
relacional da tecnologia, e c) ao tempo necessário para uma transformação
significativa das forças produtivas e da forma de repartição do excedente e
d) à não generalização da expropriação dos expropriadores. |
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DESENVOLVIMENTO LOCAL |
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DES-1 |
Bianca Burdini Mazzei; Eliza
Emilia Rezende Bernardo Rocha |
NOVAS FORMAS DE RELAÇÃO ENTRE O
PÚBLICO E O PRIVADO: A ECONOMIA SOLIDÁRIA COMO POSSIBILIDADE |
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Economia Solidária e Terceiro
Setor tem sido conceitos amplamente divulgados, mas com pouca clareza. Ambos
têm sido usados mais como instrumentos de legitimação das decisões do poder
público, do que no seu real sentindo, de Economia Solidária, como meio de
participação social, busca da cidadania e a inclusão social. Através da
análise bibliográfica levantada e do estudo do caso realizado, esse trabalho
traz algumas reflexões acerca desses conceitos e propõe o despertar de novas
relações do poder público com o privado, utilizando as diversas ações da
economia solidária como formas de gestão, de forma a transformar pessoas hoje
excluídas em atores sociais conscientes, além da busca pela promoção do
desenvolvimento local. |
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DES-2 |
Luiz Carlos Fabbri |
POR UMA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DE
EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS POPULARES E SOLIDÁRIOS PARA O COMBATE À EXCLUSÃO
SOCIAL E A GERAÇÃO DE TRABALHO E RENDA EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS |
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O desemprego estrutural e crônico
que prevalece hoje em escala mundial tornou ilusórias as políticas econômicas
que coloquem o foco exclusivamente no crescimento econômico e nos incentivos
aos investimentos empresariais. O caso do Brasil é ilustrativo: a retomada do
crescimento está sendo acompanhado pela
criação de empregos formais com baixa remuneração e alta rotatividade,
o que perpetua a má distribuição de renda no país. Complementarmente, as
políticas sociais focalizadas ao não desembocar em geração de emprego e
renda, mesmo que distribuindo benefícios crescentes, compartilham desta mesma
ilusão, o que ocorre tanto ao nível federal como dos governos locais. Para
sair desta armadilha, que encerra um verdadeiro risco civilizatório, há que
adotar um enfoque universal fundado nos direitos econômicos e sociais dos
cidadãos e trilhar o caminho da economia solidária como um novo setor a
construir. Os municípios, cooperando estreitamente com movimentos e
organizações sociais, têm condições particularmente favoráveis para elaborar
e implementar planos de desenvolvimento de economia solidária, dando um passo
adiante com respeito a instrumentos já reconhecidos como os planos diretores
e os orçamentos participativos. Várias recomendações a respeito desta nova
construção e dos empreendimentos em que se pode basear são apresentadas ao
final do trabalho. |
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DES-3 |
Marcos Antonio Gomes Pena Júnior;
Françoise Dominique Valéry |
INCOOP-RN: UMA PROPOSTA DE
RESPONSABILIDADE SOCIAL E DESENVOLVIMENTO LOCAL ATRAVÉS DA UNIVERSIDADE |
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O Desenvolvimento Local se dá
através de um processo de desenvolvimento sócio-econômico e de quebra de
paradigmas, a partir de uma população local. Para que as localidades se
descubram, ou seja, para que haja uma melhoria na qualidade de vida de uma
população é necessário que existam meios fomentadores dessa melhoria.
Políticas de Desenvolvimento Local e incentivos vindos de atores externos às
populações devem ser esses meios, permitindo à população de dada localidade
alcançar melhores condições de vida e de desenvolvimento. Neste artigo
pretende-se demonstrar as concepções e as discussões de diferentes autores
sobre o tema e como as universidades podem interagir com a comunidade de
forma comunitária. Chega-se à idéia de que os agentes locais, em especial as
universidades, necessitam exercer sua capacidade de tomar frente no processo
de desenvolvimento, considerando-se que elas são um ator social isento de
influências de agentes sociais egoístas e que, assim, podem exercer
atividades de cunho altruísta, como necessário para que um processo de
desenvolvimento socialmente responsável tenha sucesso |
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DES-4 |
Bruno Souza Bechara Maxta |
A SAÚDE NO CENÁRIO DOS
EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS COOPERATIVOS SOLIDÁRIOS |
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O presente trabalho apresenta,
dentro da abordagem da saúde coletiva, algumas reflexões sobre a importância
da interação entre as questões que envolvem a saúde envolvida nas atividades
inerentes aos empreendimentos cooperativos. Objetivos: Sua exposição visa
oferecer um panorama conceitual sobre saúde buscando aproxima-las ao contexto
dos empreendimentos cooperativos. Pretende-se ainda trazer um indicativo para
a elaboração de novas questões buscando construir propostas metodológicas de
investigação ao tema. Metodologia: Trata-se de estudo bibliográfico
compreendido pela elaboração de um projeto de pesquisa de mestrado em saúde
pública. Resultados: Foi constatada ausência de estudos que evidenciem a
saúde no contexto social dos empreendimentos cooperativos. O exercício
permitiu a recuperação de novos modelos que conceituem a saúde, favorecendo
sua aproximação à realidade do trabalho dos empreendimentos cooperativos e os
desafios daí derivados, seja de ordem econômica, política cultural e social. Sinalizamos a necessidade
de se incorporar questões referente à saúde nos programas e planejamentos
desses empreendimentos, dando atenção à participação ativa do trabalhador
cooperado neste processo. |
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DES-5 |
Bruno Santa Clara Novelli; Marcel
Oliveira Nicolau |
ORGANIZANDO COLETIVAMENTE O
CONSUMO |
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O presente artigo é fruto das
discussões do Núcleo Rede da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares
da Universidade de São Paulo (ITCP-USP), e pretende tecer algumas
considerações sobre formas de organização coletiva para o consumo, presentes
de diversas maneiras numa série de experiências em todo o Brasil. Assim como
nas discussões do Núcleo Rede, também neste artigo a Economia Solidária
figurará como referência, fornecendo a base ou o fio condutor da discussão. Além disso, para a organização
mais sistemática de consumo coletivo, alguns pontos centrais das experiências
são comparados – como as motivações que levaram á experiência, existência de
remuneração da equipe de apoio, entre outras, a fim de constituir uma
referência inicial para iniciativas deste tipo. |
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DES-6 |
Felipe Bannitz Machado; Felipe
Vella Páteo; Virgínia Luz Schmidt |
PROJETO MERCADO ESCOLA |
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O objetivo deste artigo é
apresentar a atual estratégia de desenvolvimento local implementada pela
ITCP-USP nas subprefeituras do M’Boi Mirim e Campo Limpo na Zona Sul de São
Paulo. Esta estratégia consiste na
incubação de uma rede de economia solidária capaz de integrar diversos atores
locais e demais interessados no desenvolvimento da região. Trata-se da
convergência de esforços para o fortalecimento de atividades ligadas a
produção, comercialização, consumo, crédito, educação e informação na
perspectiva da Economia Solidária. Para isso propõe-se a integração de três
tecnologias sociais, sendo elas: a incubação de empreendimentos de economia
solidária, o microcrédito produtivo orientado e clubes de trocas que utilizam
moedas sociais de forma a criar um ambiente propício para a integração da
produção e do consumo local, com a construção de um mercado-escola. O texto
estrutura-se a partir de uma breve contextualização passando pelo histórico
da atuação da ITCP-USP na região e explicando as bases que possibilitaram a
construção do projeto. A partir daí é explicado seu método, funcionamento e
como sua implementação está ocorrendo no momento. Por fim, é feita uma
análise das possibilidades e limitações do projeto. |
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DES-7 |
Carlos A. C. Sampaio; Ivan S.
Dallabrida; Gilnei L. Moura |
ARRANJO PRODUTIVO LOCAL COM BASE
COMUNITÁRIA (APL.COM). VISUALIZANDO-O A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DA PLATAFORMA
KOMYUNITI: COOPERATIVA DE COMERCIO JUSTO EM SANTIAGO DO CHILE |
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A socioeconomia das organizações
privilegia os estudos que possibilitam a viabilidade interorganizacional e
organizacional de grupos organizados ou quase organizados articulados no âmbito
de um Arranjo Produtivo Local de Base Comunitária (APL.Com). Tem-se, assim,
como objetivo propor um construto teórico exploratório para se pensar o
APL.Com e visualizá-lo na prática a partir da experiência da Plataforma
Komyuniti: Cooperativa de Comercio Justo em Santiago (Chile). Este estudo
valeu-se de uma pesquisa exploratória de perfil qualitativo de experiências
que vão na direção da socioeconomia e de pesquisa formativa para analisar
processualmente a experiência selecionada. A Plataforma Komyuniti acaba por
trazer benefícios socioeconômicos e ambientais importantes (guardadas sua
proporções) às comunidades de produtores, face às características intrínsecas
a esta modalidade econômica, cujas práticas comerciais direcionam à
sustentabilidade local. Isso não quer dizer que os grupos de produtores
respondam 100% aos critérios determinados pela cooperativa, pois apresentam
características distintas e há uma certa flexibilidade de atuação, o que
também não invalida a experiência e nem a enfraquece. Faz-se necessário a
utilização de critérios gradualistas e inclusivos para avaliar o êxito ou o
fracasso das alternativas econômicas de produção, atentando para o
afastamento da síndrome do imediatismo quando se fala em experiências
associativas e cooperativas. |