O Projeto Maria de Barro: Construindo uma rede sócio econômica, ambiental, histórica e cultural.
Relatos de Experiências
Larissa Resende Martins Ferreira - Instituto Voçorocas - ( larissa@projetomariadebarro.org.br)
Jean Carlos Machado Alves - UFSJ - ( jean_ufsj@yahoo.com.br)
Vinícius Martins Ferreira - Instituto Voçorocas - ( vinicius@projetomariadebarro.org.br )
Resumo: O presente trabalho tem como foco o Projeto Maria de Barro um projeto sócio ambiental que objetiva a promoção da inclusão social por meio da capacitação de pessoas para serem empreendedores comunitários. A seis anos desenvolve na cidade de Nazareno/MG e região, através de uma educação sócio ambiental, capacitação de profissionais autônomos de baixa renda para encaminhá-los ao mercado de casas ecológicas, através de intermediação entre a oferta e a demanda de serviços e valorizando o trabalho do profissional, possibilitando sua auto- ajuda e sua habilitação profissional, simultaneamente com a sensibilização da demanda, visando a interação dos clientes que demandam serviços com o funcionamento e a filosofia do projeto. O Projeto Maria de Barro está implantando unidades produtivas associativistas e viabilizando a criação de um Centro Regional Integrado de Desenvolvimento Sustentável ( CRIDES).
Este estudo de caso tem como objetivo relatar e analisar a experiência de um projeto sócio econômico-ambiental bem como as suas conseqüências para um desenvolvimento regional.
O Projeto se encontra em desenvolvimento, mas já são notórios alguns resultados como: a conquista da cidadania a partir da potencialização do resgate sócio econômico, ambiental, histórico, cultural e desenvolvimento de novas tecnologias sociais através de implantação de redes solidárias.
Palavras Chaves: Economia Solidária, Redes, Desenvolvimento Local
1. Introdução
Os movimentos sociais, que se empenham na luta contra as desigualdades, sejam nos âmbitos políticos, sociais e econômicos, vem buscando mecanismos de desenvolvimento para diminuição ou erradicação destes problemas. A nova arquitetura de articulação sociais podem ser de parcerias, convênios entre diversas instituições, ou até simplesmente um espaço informal de articulação, mas o fato é que o ponto chave de renovação da governança local é a decisão conjunta, participativa, de atores que até então agiam isoladamente. Surgindo assim, as atividades de economia e redes solidárias.
Segundo NESOL-USP (2004)
" A economia solidária é hoje uma alternativa tanto para as vítimas desempregadas ou sócio-economicamente excluídas pela crise do mundo do trabalho quanto para aqueles que aspiram a um modo de produzir e de viver que se baseie na igualdade política e na democracia social. Ela é um modo de produzir, circular, poupar e emprestar que nega a divisão de classes entre empregadores e empregados e a competição entre empresas e dentro das empresas. Em seu lugar procura construir relações sociais igualitárias, que induzam à confiança mútua entre os que trabalham juntos e a ajuda mútua entre os que se ocupam em atividades distintas e intercambiam seus produtos."
Para ABREU e ALVES (2005), todos os projetos necessitam de apoios e articulações para se tornarem um processo de ação comunitária. Assim surge a noção de rede. A rede é um padrão organizacional que prima pela flexibilidade e pelo dinamismo de sua estrutura, pela democracia, pelo auto grau de autonomia de seus membros, pela horizontalidade das relações entre os seus elementos, segundo ABREU e ALVES (2005).
O objetivo é relatar e analisar, por meio de um estudo de caso, a experiência de um projeto sócio econômico- ambiental, que visa o desenvolvimento regional a partir do elemento solo, geração de emprego e renda o " Projeto Maria de Barro".
2. Revisão Bibliográfica
Segundo Pinho & Santana ( 2000), a história brasileira testemunha que o desenvolvimento econômico pode ocorrer sem qualquer preocupação com a participação de todos os cidadãos. Mas o desenvolvimento sustentado, aquele que busca a permanência pode ocorrer quando se desenvolve o potencial produtivo de todas as mulheres e homens. O desdobramento do potencial produtivo de muitas mulheres requer a intervenção das administrações municipais no sentido de quebrar sua subordinação e elevar suas participação.
Segundo JACOBI(2000), a construção da cidadania no Brasil, num contexto de crescentes desigualdades, implica necessariamente a superação das formas de denominação de uma cultura política baseada na tutela, no clientelismo e no patrimonialismo político. Cumpre substituir as práticas sociais existentes por novas formas de relação que tenham na participação um componente essencial. O desafio que se impõe é construir novos hábitos, neutralizar o clientelismo e aproximar o cidadão do processo decisório.
Segundo SANTOS (2000) buscar um novo modelo de desenvolvimento que parta das capacidades locais, aproveitando as potencialidades existentes a partir de um envolvimento da própria comunidade que venha ao encontro de uma continuidade cultural, inclusive resgatando aspectos socioculturais, transformando- os em possibilidades econômicas sustentáveis. Assim deverão permitir a implantação de um novo modelo econômico, social e político que, a partir de uma nova distribuição dos bens e serviços, conduza à realização de uma vida coletiva solidária.
Segundo SILVEIRA et al ( 1999), o apoio ao desenvolvimento local pode ser visto como uma importante inflexão na trajetória dos experimentos voltados para a reversão das dinâmicas geradoras de exclusão social que marcaram a década de 90. Liga- se a tendência e oportunidades geradas no processo de globalização, reestruturação produtiva e crise nos padrões de desenvolvimento , tal como se expressa no contexto periférico e brasileiro.
Em LAVILLE (2003), " (...) se nós analisarmos as experiências das redes, veremos que é necessário um planejamento cuidadoso, para que elas sejam bem sucedidas e isso requer tempo (...)" (p.87). Além do planejamento e a organização da rede, é necessária a aplicação de ações de mobilização e gestão da rede
( ABREU, 2002).
Diz DUARTE (2000), algumas finalidades da rede são: representar, promover, potencializar e defender geral, parcial ou setorialmente direitos e interesses comuns de seus participantes, facilitar intercâmbio de informações, conhecimento e experiências para a melhor aproveitamento econômico dos seus recursos, dentre outras.
Segundo CASTELLS(2000), o território com seus recursos e arranjos institucionais torna- se a base para a constituição do espaço produtivo e como um efeito de reforço, faz com que a cooperação se converta em força produtiva, aproveitando a dinâmica das novas interações. O compartilhamento de saberes e aprendizagem continuada, o uso socializado de meios técnicos e informacionais, o apoio a formas combinadas de competição e cooperação- são fatores que criam as bases para novas solidariedade e para uma nova ética. Levando uma nova aprendizagem dos atores envolvidos.
Segundo DOWBOR (2000) um resultado indireto que constatamos freqüentemente nas experiências de gestão local é a dimensão de aprendizagem dos seus próprios promotores.
3. ESTUDO DE CASO: PROJETO MARIA DE BARRO
O Projeto Maria de Barro teve início em Setembro de 1999, com a elaboração e execução do Projeto Controle e Estabilização de Voçorocas de Nazareno, Minas Gerais, financiado pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente- órgão do Ministério do Meio Ambiente e pela Prefeitura Municipal de Nazareno. O Projeto foi reconhecido tendo a oportunidade de expandir suas ações e beneficiar um número maior de comunidade em nível regional. Daí surgiu o Projeto Maria de Barro, em Julho de 2004, após 31 meses de elaboração participativa com o apoio do BNDES.
A questão ambiental local-regional implica perceber a inserção da complexidade dessa questão e das relações entre os atores locais. Os desafios ambientais se inserem num contexto mais abrangente de uma educação para a cidadania, que converge os conhecimentos e as práticas baseadas no domínio técnico da natureza com as vivências da filosofia, da religião, das artes e de outras formas de saberes locais. Tendo esses pressupostos básicos, várias questões de natureza metodológica e mesmo em relação à gestão vêm à tona.
O Projeto Maria de Barro visa capacitar profissionais autônomos de baixa renda para encaminhá-los ao mercado de casas ecológicas, através de intermediação entre a oferta e a demanda de serviços e valorizar o trabalho do profissional, possibilitando sua auto- ajuda e sua habilitação profissional, simultaneamente com a sensibilização da demanda, visa a interação dos clientes que demandam serviços com o funcionamento e a filosofia do projeto.
Com objetivo de promover a inclusão social por meio da capacitação de pessoas para serem empreendedores comunitários o Projeto Maria de Barro está implantando unidades produtivas associativistas e viabilizando a criação de um Centro Regional Integrado de Desenvolvimento Sustentável ( CRIDES).
As unidades produtivas serão desenvolvidas através de um modelo de produção e de trabalho alternativo à sociedade salarial. Este modelo de associativismo visa a capacitação de pessoas de baixa renda que estão fora do mercado de trabalho, jovens em risco social, cidadãos acima de 40 anos, mulheres e indivíduos com grande dificuldade de acesso a oportunidades.
E assim promover uma sensibilização ambiental e redefinição da relação com a natureza a partir de uma percepção ética e solidária da convivência coletiva, promovendo a apropriação pelas comunidades do território geográfico, da cultura e da história. Potencializando, capacitando e institucionalizando os atores sociais, projetos locais, organizações de base, transformando-os em agentes locais de desenvolvimento
3.1 ALGUNS PROBLEMAS ENFRENTADOS
· Dificuldades e resistências às novas tecnologias de informação e processos de trabalhos em rede e à distância. Causas: exclusão digital e baixo entendimento dos processos operacionais. Resistência ao novo. Conservadorismo.
4. METODOLOGIA
O procedimento metodológico é um processo dinâmico e contínuo em que as comunidades devem descobrir soluções para os problemas mediante o resgate do saber local, interagindo com os conhecimentos científicos. As comunidades caracterizam-se pela exclusão, fundamentalmente pela exclusão do conhecimento formal acadêmico. A introdução de conhecimentos distantes da realidade agrava essa situação, dificulta a interpretação e aumenta o processo de marginalização desse universo de conhecimento. Mas, ao levar em conta que tais conhecimentos nascem da mesma realidade, as pessoas das comunidades percebem que há produção de um novo conhecimento e se dá na interação do saber técnico com o saber local. Esse movimento leva o conhecimento acadêmico a rever suas bases de referência. A teoria se redefine a partir da realidade local, e os novos caminhos são descobertos e redesenhados pela comunidade.
Tendo como base a metodologia Gespar que parte de uma axiologia , ou seja um sistema de valores e referências sobre a relação homem- sociedade e de um conjunto de fundamentos sobre o desenvolvimento local, baseado no potencial endógeno e no protagonismo das comunidades locais; o Projeto Maria de Barro trabalha uma estratégia pedagógica em sintonia com esta axiologia , baseada nos princípios da participação, da experiência do real e do aprender- fazendo por meio de oficinas de construção coletiva. Desenvolvem- se os seguintes processos que compõem a metodologia Gespar, como a mobilização e sensibilização, elaboração de pré- diagnósticos e, capacitação organizacional, formação de facilitadores/ multiplicadores e estímulo ao surgimento de novas institucionalidades como a formação de cooperativas, buscando a reflexão do empoderamento dos atores locais.
Segundo ZAPATA (1997), a metodologia Gespar busca a melhoria da qualidade de vida da população, maior participação nas estruturas de poder, equidade de gênero, ação política com autonomia e independência, compreensão do Meio Ambiente como um ativo de desenvolvimento e construção de novos paradigmas éticos que apontem para modelos de desenvolvimento mais sustentáveis que contribuam para a felicidade e realização humanas.
5. RESULTADOS
O presente projeto se encontra em fase de desenvolvimento, mas já são notórios alguns resultados como:
§ A participação social efetiva e comprometida pautada na co-responsabilização tornou-se peça fundamental nos resultados e reconhecimentos do Projeto.
A implantação das unidades está sendo desenvolvida em parceria com SEBRAE, UFSJ e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico. Cada unidade de produção está se especializando em uma fase da construção ecológica, como fabricação de telhas coloniais, esteiras de bambu, adobes, pisos cerâmicos e móveis rústicos feitos de madeira de reflorestamento.
6. Conclusão
Na confluência de três poderosas tendências, a urbanização a expansão do social e o avanço das novas tecnologias, tem surgido assim novas oportunidades e formas bastante mais ambiciosas do que se pode fazer no plano local em termos de um aproveitamento racional dos recursos naturais e humanos, de inserção regional mais proveitosa , de criação de uma cultura local.
Estamos diante de alternativas nas quais a integração de ações e políticas públicas coloca- se sob novas bases de referência, articulando o tema do trabalho e da inserção produtiva com o exercício da cidadania e da participação democrática.
Todos temos consciência dos limites, na atual fase de desenvolvimento. Isto nos leva além, naturalmente dos resultados práticos no volume de produção, no resgate da cidadania e na descoberta do fazer junto, vem a confiança e a lenta construção da solidariedade social. A força disto vem não apenas do fato de resgatar a dignidade do excluído , mas do fato que o processo, não consiste apenas em resolver o problema do pobre, mas em criar outras relações sociais.
Pelo fato dos membros do Projeto serem membros da comunidade, há uma ampliação das relações de confiança e companheirismo de modo que as pessoas se abrem e expressam seu crescimento pessoal/coletivo e motivação com a execução das ações. Como conseqüência os integrantes do Maria de Barro tornam se potencializadores e facilitadores do conhecimento, pois as pessoas se aproximam do saber teórico, gerando assim uma nova tecnologia adaptada às dimensões locais.
Há um contexto favorável para a busca de soluções, ampliação do diálogo e troca de conhecimentos e informações. Nessa perspectiva, a comunidade está aprendendo a se conhecer e a se valorizar, através do resgate sócio ambiental, econômico, histórico e cultural, o que gera uma elevação da auto-estima, do espírito de solidariedade, e conseqüente participação na tomada de decisões do Projeto, preparando-se para sua autonomia e autogestão.
Observa-se uma consciência das pessoas em relação à importância de sua participação para a construção de uma sociedade mais justa e plural, ou seja, uma percepção mais ativa da cidadania. Percebemos que as pessoas estão se mobilizando, se aperfeiçoando, buscando sair do ciclo de degradação e pobreza, tornando-se agentes ativos de mudança. O mesmo processo está acontecendo em relação às comunidades que estão recebendo uma extensão do Projeto e adequando a Tecnologia Social desenvolvida. Dessa forma há uma demanda social crescente que aproxima as pessoas e as comunidades, consolidando os resultados e implantando políticas públicas locais e regionais. Em conseqüência disso, os benefícios e resultados vão sendo conquistados com naturalidade, de formas suaves, evolutivas e constantes.
As instituições locais e regionais, apesar de suas perspectivas políticas divergentes, começam a compreender a importância de ações conjuntas para o desenvolvimento local. Está havendo uma ampliação da percepção da interdisciplinaridade das questões sócio-ambientais e a abertura para a execução de ações coordenadas e conjuntas.
O desenvolvimento sustentável é uma construção da sociedade, uma opção por uma qualidade de vida melhor para ela e as próximas gerações, ou seja, é um projeto de longo prazo que pode ser alcançado através das redes. O fortalecimento do patrimônio social e cultural é condição chave para essa trajetória.
A metodologia de trabalho privilegia a organização participativa das comunidades e a interação entre as instituições comprometidas com a questão. A compreensão conjunta da realidade histórica e dinâmica é a base para a definição das formas de intervenção e mudança.
A própria construção do Centro Regional Integrado de Desenvolvimento Sustentável ( CRIDES) está sendo uma atividade educativa voltada para a questão solo, pois técnicas tradicionais de construção utilizando a terra estão sendo resgatadas, capacitando as comunidades, e preservando as características do patrimônio artístico-cultural da região, conforme diretrizes do Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente para a implantação de Centros de Educação Ambiental.
O Projeto Maria de Barro é resultado e redefinição de um novo patamar – institucionalização - da tecnologia social construída a partir das experiências desenvolvidas. Esse processo expressa a importância de ações contínuas e o envolvimento de todos os atores na construção da sustentabilidade do desenvolvimento local. A sustentabilidade é buscada em uma perspectiva de longo prazo, em que a integração e o amadurecimento dos atores vão redesenhando os arranjos organizacionais e fortalecendo as instituições locais e regionais.
7. Bibliografia
ABREU, J.C. e ALVES, J.C.M., 2005, O Projeto Acontece: um estudo sob a luz da organização em rede de cooperação. Artigo Científico, PIBIC/FAPEMIG/UFSJ, São João del Rei, MG, Brasil.
ABREU, J.C., 2002, Estratégia e oportunidades locais: um estudo sobre a rede dinâmica em aglomerados de empreendedores de base artesanal. Tese de D.Sc., COOPE/UFRJ. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
CASTELLS, M. (2000). A sociedade em rede. Rio de Janeiro. Paz e Terra.
DOWBOR, L. (2000). Requisitos para um projeto de desenvolvimento local. In PAV LFCS, V. (2000) (Org) - Dicas - Idéias para ação municipal. São Paulo. Pólis.
JACOBI, Pedro Roberto. (2000). Políticas Sociais e ampliação da cidadania. Rio de Janeiro, FGV, 2000.
SANTOS, MILTON. (2000). Por uma globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro. Record. 2000.
SILVEIRA, C. M & BOCAYVA, P. C.C. (1999). Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável - Infoque estratégico e construção de indicadores. In Ver. Interface. N.1, Rio de Janeiro. NAPE/UNICEF.
SILVEIRA, C. M; MELLO, R. & GOMES, R. (1997), Metodologia de Capacitação: CEFE, GESPAR e Capacitação Massiva. Rio de Janeiro, FASE, NAPP/FINEP.
ZAPATA, T. (1997). Capacitação, associativismo e desenvolvimento local. Série Cadernos Técnicos, n.1. Recife. Projeto Banco do Nordeste/PNUD.
Sites:
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LAVILLE, J.L. ( 2003). Práticas da economia solidária. Cadernos Flem V. [ on line]. Disponível em: http:// www.flem.org.br/cadernosflem/artigos/cadernos5/cadernos5-PráticasEcosolidária.pdf. Acessado em : setembro de 2005.
PINHO, J. A Gomes de., SANTANA, M.W. (2000): Inovação na Gestão Pública no Brasil: uma aproximação - conceitual. Disponível em: http:// www.nutep.adm.ufrgs.br. Acessado em: Agosto de 2005.