RECICLAGEM DE LIXO E COOPERATIVA POPULAR – CONSTRUINDO UMA METODOLOGIA DE TRABALHO.

Relato de Experiência

Ana Lúcia Gomes Borges, Universidade Católica de Goiás – analuciagomes@ucg.br

Leile Sílvia Cândido Teixeira, assistente social, Universidade Católica de Goiás – leilesilvia@yahoo.com.br

 

O texto refere-se ao trabalho de educação ambiental  e geração de renda que a Universidade Católica de Goiás desenvolve por meio do Instituto Dom Fernando (IDF) com uma parcela da população residente nas margens do rio Meia Ponte em Goiânia. Trata-se de um trabalho de extensão universitária que busca gerar renda para a comunidade ao tempo que discute educação ambiental, coleta seletiva e reciclagem de resíduos.

Para tanto o IDF construiu uma Usina de Reciclagem de Lixo e fomentou a Cooperativa de Reciclagem de Lixo (Cooprec).

A Cooprec, é formada por 31 cooperados, o que significa por conseguinte a geração de renda direta para 31 famílias, aproximadamente 195 pessoas.

A coleta de lixo chega a  50.000 kg / mês, com uma produção mensal de 5.000 kg de grânulos (processamento do plástico), 6.000 mil telhas.

A observação do trabalho indica a viabilidade da articulação entre geração de renda, reciclagem e educação ambiental.

A separação e coleta de lixo, no entanto, encontra várias dificuldades, uma vez que os moradores não percebem que o lixo é responsabilidade de quem o produz. Outro problema encontrado em Goiânia é o comércio do lixo, em muitos casos empresas que processam o papel e exploram catadores.

 

Palavras chave: educação ambiental, cooperativa popular, reciclagem de resíduos

 

1. Introdução e objetivos

 

O presente texto refere-se ao trabalho de educação ambiental  e geração de trabalho e renda que a Universidade Católica de Goiás desenvolve por meio do Instituto Dom Fernando (IDF) com uma parcela da população residente nas margens do rio Meia Ponte em Goiânia, especificamente nos setores Jardim Dom Fernando I e II, Jardim Aroeiras I e II e Jardim Conquista, na Região Leste do município. Trata-se de um trabalho de extensão universitária que busca gerar renda para a comunidade local, ao tempo que discute educação ambiental, coleta seletiva de lixo e reciclagem de resíduos.

A cidade de Goiânia foi construída em 1933, e projetada para abrigar 50 mil habitantes, conta atualmente, com cerca de 1,1milhões (IBGE, 2002). O processo de ocupação urbana do solo caracteriza-se pela ocupação desordenada, que se agrava nas áreas próximas aos córregos e fundos de vales. Goiânia é cortada por 55 cursos d’água, cujo maior expoente é o rio Meia Ponte.

As ocupações de áreas de preservação ambiental para fins de moradia como as ocupações nas margens dos córregos de Goiânia, ocasionam graves transtornos ambientais para a cidade e riscos para a população que em sua totalidade é  marcada pela vulnerabilidade econômica e social, baixa renda e desemprego.

O Rio Meia Ponte nasce próximo a Itauçu e Taquaral de Goiás, percorre 471,6 KM e  deságua no rio Paranaíba, próximo à cidade de Cachoeira Dourada, divisa com o estado de Minas Gerais. Existem 248 industrias instaladas ao longo da bacia, o lançamento de resíduos sólidos é da ordem de 10 toneladas/dia e o lançamento de esgoto domestico 183mil m3 / dia, no trecho do rio percorrido em Goiânia, o comprometimento das águas é devido principalmente aos frigoríficos, laticínios, esgotos domésticos e lixo hospitalar.

Nos bairros que o projeto abrange residem 8.585 habitantes, dos quais 4.200 são homens (48,9%) e 4.386 são mulheres (51%). Desta população 14,5% são analfabetos (considerando crianças com mais de 5 anos de idade). (Dados do censo de 2000, trabalhados pela Secretaria Municipal de Planejamento de Goiânia).

O projeto compreende a educação ambiental como eixo transversal e portanto, que perpassa todos as outras dimensões. Parte-se do pressuposto de que a natureza predatória do modo de produção capitalista intensificado nos últimos séculos, principalmente, pós revolução industrial  tem levado ao esgotamento dos recursos naturais e o agravamento da pobreza, fome e doenças. Partindo desta assertiva, impõe-se como exigência à humanidade a proteção dos recursos naturais que em muitas regiões encontram-se com sua capacidade limite esgotada.

O processo tecnológico, por um lado proporcionou melhoria na qualidade de vida, e por outro, trouxe problemas, como o lixo urbano. Na maioria das cidades brasileiras, além do serviço de coleta ser insuficiente, o destino final do lixo é inadequado. São usados principalmente vazadouros a céu aberto, em água, ou em aterros sanitários que muitas vezes, pela dificuldade de manejo e alto custo de manutenção, se descaracterizam, acarretando sérios problemas. Essa má disposição do lixo compromete diretamente o meio ambiente, causando a poluição do solo, do ar e dos recursos hídricos, e afeta a condição sanitária da população.

Para  a preservação do meio ambiente o tratamento de resíduos sólidos deve ser considerado como uma questão de toda a sociedade e não um problema individual, conforme declara o artigo 225  da Constituição Federal de 1988 – CF/88 que estabelece

todos têm direito ao meio ambiente, ecologicamente equilibrado, bem como de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-la para as presente e futuras gerações.

 

A elaboração do programa de educação ambiental do Instituto Dom Fernando baseou-se em diversos documentos como: Programa Nacional de Educação Ambiental – PRONEA, segundo o qual 

a educação ambiental tem caráter permanente e interdisciplinar,  sendo necessário a sensibilização de todos a respeito da necessidade do uso responsável e racional dos finitos recursos naturais. Vale ressaltar, que as ações de EA, enquanto processo participativo através do qual o indivíduo e a coletividade constróem valores sociais, adquirem conhecimentos, tomam atitudes, exercem competências e habilidades voltadas para a conquista e manutenção do meio ambiente ecologicamente equilibrado, contribui fortemente para a ampliação dessa nova visão e para a adoção dessas novas posturas dos indivíduos em relação ao todo” (Programa Nacional de Educação Ambiental , 1997 -PRONEA);

 

documentos referentes aos Encontros Internacionais de Belgrado, Tbilise e do Congresso UNESCO/PNUMA; Carta da Terra, Lei 9795/99, Declaração de Brasília para EA/1997; Rio-92 e Constituição Federal/88.

Para nortear o programa, considerou-se a Educação Ambiental como elemento integrador, devido ao enfoque globalizante e por a mesma apresentar possibilidades de integração e interações em todos os níveis necessários para o desenvolvimento de programas sócio-ambientais. A organização dessas informações em forma de um programa foi pensada a partir da percepção de quando aliamos educação e o meio ambiente torna-se possível oferecer condições sistemáticas para uma renovação no pensamento que possibilite atitudes ecologicamente corretas para a construção de um ambiente saudável.

Com o eixo de trabalho fundamentado na Educação Ambiental discutiu-se a necessidade de articular a coleta seletiva de lixo com o processo de reciclagem. Tendo como foco a comunidade da Região Leste decidiu-se por construir uma Usina de Reciclagem de Lixo e fomentar uma cooperativa de trabalhadores que pudesse gerar renda para seus integrantes.

O fomento à Cooperativa fundamenta-se na compreensão de que existe atualmente uma crise do emprego, fruto do esgotamento de um determinado padrão de acumulação, a saber, o fordista-keynesiano, que afeta diretamente a classe trabalhadora (Hobsbawm, 1994) e que o trabalho coletivo pode se colocar como uma das respostas à situação.

O cooperativismo é compreendido como “doutrina que tem por objetivo a solução de problemas sociais por meio da criação de comunidades de cooperação” (Sandroni, 2001, p.132).

Segundo, esse autor, o iniciador do cooperativismo foi o inglês Robert Owen, que financiou a primeira cooperativa da qual se tem notícia, a Sociedade Pioneiros Eqüitativos de Rochdale em 1844, constituída por tecelões.

Sandroni (2001) e Rech (2000) atribuem aos socialistas utópicos a elaboração filosófico-conceitual do cooperativismo. Para Sandroni (2001, p. 132) “o cooperativismo pretendeu representar uma alternativa entre o capitalismo e o socialismo”. Para Rech (2000) no decorrer da história do século XIX pode-se delinear dois rumos distintos para a concepção de cooperativismo

O primeiro, cujos nomes mais representativos são o próprio Robert Owen [1771 a 1858] e mais, Charles Fourier (França: 1772-1857) e Ferdinand Lasalle (Alemanha: 1825-1864) via na cooperativa um instrumento de luta para a superação do capitalismo, em busca de um sistema socialista. Ou seja: as cooperativas se constituem numa etapa ou passo em direção à implementação do socialismo. O segundo, representado por Charles Gide (um francês, que viveu entre 1847 e 1932), (...) interpreta a possibilidade da substituição do sistema capitalista por uma República Cooperativa. (Rech, 2000, p. 10-11)

 

            Para Gide, (apud, Rech, 2000) o cooperativismo basta a si mesmo, constituí-se suficientemente para se sustentar enquanto modelo de produção, e portanto, desenvolver um estilo próprio de Estado.

            Um outro ponto de vista sobre o cooperativismo de acordo com Rech (2002) é o elaborado pelos liberais e fisiocratas capitalistas que entendem as cooperativas como corretivo dos defeitos do sistema capitalista, esta perspectiva é a base da legislação e política cooperativista atual.

            Os princípios cooperativos são: 1) livre acesso e adesão voluntária; 2)controle, organização e gestão democrática; 3) participação econômica dos seus associados; 4) autonomia e independência; 5) educação, capacitação e informação; 6) cooperação entre as cooperativas e 7) compromisso com a comunidade (Rech, 2000). O modelo cooperativo é interessante pois permite que os trabalhadores desenvolvam autonomia econômica, administrativa e política.

O projeto busca articular educação ambiental, coleta seletiva de resíduos, reciclagem e geração de trabalho e renda com os objetivos de: a) desenvolver um trabalho de educação ambiental junto as famílias residentes nos bairros, b) fomentar a seleção do lixo domiciliar e o coletar; c) captar resíduos sólidos residenciais e reciclá-los; d) gerar renda para os moradores por meio do fomento a uma cooperativa.

Para tanto o IDF elaborou e construiu uma Usina de Reciclagem de Lixo e fomentou a formação de uma Cooperativa de Reciclagem de Lixo (Cooprec), com moradores da região e executa um rico trabalho de educação ambiental na comunidade.

 

2. Metodologia

 

Ao partir do suposto gramsciano que “nenhuma sociedade se coloca problemas sem que existam condições necessárias e suficientes para sua solução ou sem que essas condições estejam ao menos em via de aparecer ou desenvolver-se” (Gramsci 1992, p.44) salientamos que o trabalho socioeconômico, político, cultural e ambiental desenvolvido pelo IDF na região leste emerge com uma característica peculiar no que diz respeito a sua concepção teórico-metodológica. 

Trata-se de conceber uma ação sócio-ambiental em um grande centro urbano, na periferia de uma cidade com mais de um milhão de habitantes, envolvendo bairros cujos moradores são cidadãos de baixa renda que encontram-se excluídos do processo produtivo na sociedade capitalista. Uma população que, em sua maioria, luta para garantir a sobrevivência, cuja forma de reprodução encontra-se no patamar de vida abaixo da linha da pobreza.

Esta população com a qual o IDF compromete-se em sua ação, vive em permanente situação de opressão, sem autonomia.  Por autonomia entende-se

o grau de compreensão que uma pessoa tem de si mesma, de sua cultura e do que se espera dela como indivíduo dentro dessa cultura; a capacidade psicológica que a pessoa possui de formular opções para si mesma; e as oportunidades objetivas que lhe permitam atuar, como conseqüência. (Doyal e Gough, apud Pereira, 2000, p.71)

Portanto, ao desenvolver suas ações o IDF parte do reconhecimento da realidade no qual se insere, cuja população encontra-se destituída do atendimento de suas necessidades básicas, tanto em suas necessidades físicas quanto aquelas relacionadas a autonomia.

O processo metodológico pode ser apreendido a partir do contexto geográfico da região por onde passa o Rio Meia Ponte e possui uma área de preservação ambiental. A preservação do Meia Ponte tem implicação direta com a qualidade de vida da população numa relação de “ida” e “volta”, uma vez que não é possível preservar o meio ambiente onde a vida de homens, mulheres e crianças não são preservadas e garantidas.    

Ao colocar-se a serviço da população, o IDF posiciona-se a partir de ações afirmativas que se articulam entre si, circunscritas no âmbito dos direitos sociais, concebendo a  assistência social como um direito.

Estruturado nesta visão, o IDF organiza seu trabalho de Educação Ambiental no Núcleo de Educação Ambiental e Saúde e no Núcleo Industrial de Reciclagem, unidade onde encontra-se a Usina de Reciclagem de Lixo, administrada por uma Cooperativa de Reciclagem de Lixo formada por moradores da região.

Desenvolvido desde dezembro de 1997, o trabalho consiste na coleta seletiva domiciliar, são realizadas previamente visitas domiciliares com o objetivo de orientar os moradores na separação do lixo, informando sobre a coleta seletiva e a preservação dos recursos naturais. Um dos recursos didáticos utilizado, constituí-se em folheto explicativo com informações sobre a separação do lixo, exemplos de lixo seco, molhado e perigoso, vantagens e desvantagens da separação do lixo, dias de coleta e convite aos moradores para visita à usina de reciclagem.

Realiza-se, também, o cadastramento dos moradores possibilitando o levantamento de informações e verificação do índice de adesão à coleta seletiva. Além da coleta nos bairros, existem pontos de captação de lixo na cidade, um deles é dentro da própria Universidade Católica, que possui em todas as áreas coletores apropriados para a separação do lixo, buscando desenvolver no cotidiano dos alunos a consciência da sua responsabilidade com o lixo que produz.

Os resíduos são coletados pela Cooperativa de Reciclagem de Lixo – Cooprec, composta por 39 cooperados que administram a Usina de Reciclagem, onde realiza-se o processo de triagem, reciclagem e compostagem.

As usinas de reciclagem e compostagem geram emprego e renda e podem reduzir a quantidade de resíduos que deverão ser dispostos no solo, em aterros sanitários. A economia da energia que seria gasta na transformação da matéria-prima, já contida no reciclado, e a transformação do material orgânico do lixo em composto orgânico adequado para nutrir o solo destinado à agricultura representam vantagens ambientais e econômicas importantes proporcionadas pelas usinas de reciclagem e compostagem. (Manual Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos- Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República- SEDV)

 

Outra atividade desenvolvida neste projeto é a Visita Monitorada, trabalho no qual são atendidas instituições de ensino e entidades que apresentem interesse em conhecer o trabalho desenvolvido pelo IDF. Tem como objetivo possibilitar que a usina de reciclagem seja um espaço de pesquisa e troca de experiências, estimulando o pensamento crítico sobre a conduta individual e coletiva na geração de lixo. O trabalho consiste na sensibilização para uma mudança de hábitos, valorizando os recursos naturais e incentivando a redução de resíduos lançados no ambiente. Os visitantes são recepcionados no Núcleo de Educação Ambiental, quando são apresentadas as ações desenvolvidas pelo IDF e Cooprec. Em seguida, é realizada  palestra de Educação Ambiental tendo como temas principais: resíduos sólidos, coleta seletiva, reciclagem e preservação do meio ambiente. São realizadas dinâmicas de grupo e atividades, que variam de acordo com a faixa etária dos visitantes. Em seguida os visitantes passam a conhecer as instalações da Usina de Reciclagem de Lixo

Destaca-se ainda neste programa, a realização de oficinas de Educação Ambiental, direcionadas a crianças e adolescentes moradores da região atendida pelo IDF. Os principais temas abordados são: coleta seletiva; meio ambiente; cultivo de plantas; direitos e deveres da criança (ECA); higiene individual e do ambiente; alimentação saudável e alternativa; saúde comunitária. Nessas oficinas os alunos aprendem a construir brinquedos objetos com material reciclável, buscando-se assim despertar preocupações sobre consumo consciente e responsabilidade com o meio ambiente.

 

3. Resultados e discussão

 

Ao longo destes oito anos de trabalho, os resultados obtidos são variados e ricos, várias técnicas foram testadas e os resultados foram indicando quais os melhores caminhos a percorrer. Os dados sistematizados no ano de no de 2004, perfazem um total de 575 residências visitadas, perfazendo um total de 53.377 pessoas. Avalia-se a visita domiciliar como um importante instrumento para orientação das famílias na separação do lixo. Porém, é necessário construir outros mecanismos que envolvam a população no sentido de assumir com maior responsabilidade a separação do lixo e o cuidado com o ambiente.  A separação do lixo para a coleta seletiva exige mudança de hábitos, trata-se da junção de esforços de todos os envolvidos.

O trabalho realizado merece destaque no que se refere à receptividade dos moradores, o que se torna estímulo para a continuidade do trabalho, e demonstra como é possível concretamente realizar a coleta seletiva. Quanto às visitas de instituições à usina, em 2004 atingiu 2.475 pessoas em um total de 92 instituições. O trabalho de oficinas de educação ambiental totalizou 58 oficinas com a participação de 28 crianças, perfazendo 1.202 atendimentos. As oficinas apresentam resultados positivos no que se refere a mudanças de atitudes das crianças em relação ao meio ambiente, ao relacionamento entre elas, à solidariedade e conscientização de cidadania, possibilitam aos alunos maior compreensão da preservação do meio ambiente, na utilização e transformação do material reciclado.

A Cooperativa de Reciclagem de Lixo – Cooprec, é formada por 31 cooperados, o que significa por conseguinte a geração de renda direta para 31 famílias, aproximadamente 195 pessoas, que têm na cooperativa sua única fonte de renda.

A coleta de lixo chega a  50.000 kg / mês, com uma produção mensal de 5.000 kg de grânulos (processamento do plástico), 6.000 mil telhas.

A observação sistematizada do trabalho indica a viabilidade da articulação entre geração de renda, reciclagem e educação ambiental.

A totalidade das atividades buscam atingir todos os seguimentos da comunidade na qual o projeto se insere, priorizando a educação ambiental com crianças, por estar ainda estarem com seus hábitos e atitudes em formação.

A separação e coleta de lixo, no entanto, encontra várias dificuldades, uma vez que os moradores não percebem que o lixo é responsabilidade de quem produz. Outro problema encontrado em Goiânia atualmente e o comércio do lixo, em muitos casos empresas que processam o papel, exploram catadores e não realizam a educação ambiental que é o coração do trabalho.

 

4. Conclusões

 

Educação ambiental, preservação da natureza, tratamento do lixo, consumo responsável, são temas que aparecem na agenda da sociedade brasileira e mundial com a urgência espantosa de um planeta que não suporta mais o ritmo de exploração que o homem impôs a ele. Já não se trata mais de uma mera vontade de ambientalistas ou de naturalistas, mas uma necessidade de todas as pessoas, homens e mulheres. É neste sentido que para o IDF este é um tema transversal e por conseguinte trabalhado em todas as atividades, no entanto as ações intensivas de oficinas, visitas às residências, palestras, coleta seletiva nos bairros, demonstra como é possível construir outra relação com a natureza.

A inserção deste trabalho dentro da realidade da extensão universitária, articulada com as unidades acadêmicas, tanto no que diz respeito aos campos de estagio, quanto à própria dinâmica das aulas, orienta para uma formação universitária que privilegia as necessidades proeminentes da sociedade, é neste sentido que buscamos a pesquisa universitária como caminho para melhorar os processos na usina e no próprio tratamento dos resíduos.

A vinculação por outro lado, da necessidade de reciclar o resíduo que não pode ser reutilizado com a necessidade de renda para uma população de baixa renda, atinge dois aspectos de estrangulamento social, quais sejam, a questão do lixo urbano e do desemprego.

O modelo da Usina de Reciclagem e da Cooperativa de Reciclagem e com certeza uma proposta eficiente para alguns de nossos mais difíceis problemas.  

 

5.Referências Bibliográficas  

 

Disponível em: http://www.meiaponte.org/bacia.htm

ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? Ensaios sobre as metamorfoses e a centralidade do trabalho. 6 ed. São Paulo: Cortez, 1999.

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Constituição Federativa do Brasil, Brasil, 1988.

Gerenciamento Integrado. 2ª edição. São Paulo: IPT/ CEMPRE, 2000.

Gramsci, Antônio. Poder, Política e partido. Brasiliense; São Paulo. 2.ed.1992.

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HOBSBAWM, Eric J. A era dos extremos, o breve século XX – 1914-1991. 2. Ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

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PEREIRA, Potyara  A.  P. Necessidades Humanas: Subsídios à crítica dos mínimos sociais. São Paulo: Cortez, 2000.

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RECH, D. Cooperativas: uma alternativa de organização popular. Rio de Janeiro: Fase e DP&A, 2000.

SANDRONI, P. Novíssimo dicionário de economia. 6.ed. São Paulo:Best Seller, 2001.