1.
Monitoramento hidrométrico
1.1.
Pluviometria
A
bacia do Rio Cabuçu de Baixo contava, antes do início dos
estudos, com dois postos pluviométricos: um instalado na área
da Administração Regional da Freguesia do Ó (AR-FO),
pertencente à Prefeitura do Município de são Paulo
e, outro, na Estação de Tratamento de Água do Guaraú
(ETA-Guaraú) da SABESP, operado pelo DAEE.
O
primeiro está equipado com um pluviômetro do tipo Ville de
Paris, onde são efetuadas três leituras diárias. Estes
dados são registrados na Regional e também enviados diariamente
ao Comitê de Defesa Civil do Município e ao CTH/DAEE.
O
segundo, localizado na ETA-Guaraú, faz parte da Rede Hidrométrica
Básica do Estado de São Paulo, operada pelo DAEE, e tem prefixo
E3-262. Dentro das especificações estabelecidas na sua operação,
o aparelho totaliza a precipitação de 24 horas, com leituras
diariamente às sete horas da manhã.
Considera-se
que estes postos cobrem razoavelmente bem área da bacia, entretanto
este tipo de equipamento, pluviômetro, não é adequado
para os objetivos do estudo.
Desse
modo, optou-se por instalar aparelhos registradores contínuos (pluviógrafos)
automáticos.
O
primeiro posto pluviográfico foi instalado na sub-bacia do Córrego
Itaguaçu, dentro do loteamento Imobel, onde havia sido instalado
em setembro de 2000 um pluviógrafo automático. Contudo, o
equipamento apresentou defeitos, o que inviabilizou a coleta de chuvas
na estação chuvosa 2000/2001. No final de 2001 foi instalado,
no mesmo local, um pluviógrafo tipo sifão cujos dados estão
sendo processados atualmente.
Deverão
ser instalados mais três pluviógrafos na bacia, um na área
da sede a Administração Regional da Freguesia do Ó,
outro na área do Córrego Bananal e outro na ETA Guaraú.
1.2
Fluviometria
A
bacia não contava com nenhum posto fluviométrico quando do
início do estudo. Foram definidos, de início, a localização
(ver Figura 2.1) e os equipamentos a serem utilizados nos pontos de monitoramento.
Considerando a forma, o tamanho e o nível de ocupação
da bacia e também os objetivos deste monitoramento, concluiu-se
pela instalação de réguas limnimétricas e limnígrafos.
Nos
postos do Córrego Bananal e do Rio Cabuçu (Vista Alegre e
Campos Lemos, respectivamente) foram instalados limnígrafos mecânicos
no posto Imobel, no Córrego Itaguaçu está em operação
um linígrafo automático de contra-peso com datalogger. No
piscinão do Bananal está prevista a instalação
de um registrador com célula de pressão e datalogger.
O
Posto Campos Lemos (Rio Cabuçu) está situado imediatamente
a montante do início do trecho com galerias fechadas, no cruzamento
da Av. Inajar de Souza e R. Déia de Campos Lemos. Este ponto controla
cerca de 50% da área de drenagem da bacia.
O
Posto Vista Alegre, no Córrego Bananal, foi instalado junto à
ponte da Av. General Penha Brasil, na entrada do Piscinão Bananal.
Esta primeira opção de local teve de ser abandonada, pois,
nos períodos de enchente, o posto ficaria no remanso deste reservatório.
O posto foi então instalado mais a montante, junto a uma pequena
ponte que dá acesso ao Jardim Vista Alegre, na margem esquerda do
córrego.
Foi
também definido um ponto de controle na saída do reservatório
do Bananal. Desse modo, é possível verificar o seu comportamento
hidráulico e verificar a sua efetividade no controle de cheias na
bacia. Além disso, é interessante verificar o seu impacto
na qualidade da água, principalmente face à poluição
difusa.
Pretende-se
instalar mais dois registradores de nível na bacia, um no Córrego
Guaraú e outro no baixo curso do Rio Cabuçu, onde existe
um sistema de galerias, desde que haja condições para tanto.
Nesse rio, será muito difícil instalar e operar postos fluviométricos,
pois ambos têm boa parte de seus trechos totalmente canalizados com
galerias.
Os
demais córregos da bacia já estão completamente comprometidos
em termos de qualidade de água e ocupados até o limite de
suas margens por habitações precárias e favelas. Apenas
o Córrego Itaguaçu, dentro do loteamento da Imobel, conserva
ainda a maior parte de suas características originais (cobertura
de mata e com boa qualidade de água), o que é extremanete
importante, pois é uma área de referência para medição
dos impactos de urbanização.
1.2.1
Posto Campos Lemos (Rio Cabuçu de Baixo)
Foi
instalado no cruzamento da Avenida Inajar de Souza com a Rua Déia
de Campos Lemos, a montante da ponte, no lado direito, sob coordenada 230
27' 45" S e 460 40' 22" W. Tem cota de transbordamento na seção
4,60 metros e entrou em operação no início de janeiro
de 2000. A sua área de dreanagem é de 19,08 Km2.
O
trecho é totalmente canalizado, tendo seção retangular
com paredes e fundo de concreto. Numa da paredes foi instalado um limnígrafo
A.OTT mecânico, com sistema de bóia e contrapeso, registro
gráfico em papel com avanço de cinco milímetros por
hora (5mm/h) e escala de 1:10, num abrigo confeccionado em chapa de ferro
galvanizado sobre fuste de ferro fundido de 300 milímetros de diâmetro.
Foram
instalados, também, dois lances de escalas. O primeiro, de 0 a 1
metro, junto ao tubo do limnígrafo, e outro de 1 a 4 metros, fixado
na parede do canal, oposta ao limnígrafo.
As
medições de vazão são realizadas da ponte,
com seção de medição a jusante, tendo sido
efetuadas, neste período, nove medições de descarga
líquida. Devido à canalização em canal fechado
logo a jusante, acima da cota de 4 metros ocorre o afogamento da seção,
afetando o escoamento e, consequentemente, as medições.
1.2.2 Posto Vista Alegre (Córrego do Bananal)
Foi
instalado na margem direita do curso d'água, a montante da ponte
que dá acesso ao bairro Vista Alegre, nas coordenadas 230 22' 00"
S e 460 41' 05" W. Tem cota de trasbordamento igual a 2,0 metros,
em relação ao zero da régua local. A seção
do posto drena uma área de 11,76 km2.
O
trecho aparenta ter sofrido um trabalho de retificação, apresentando
declividade relativamente alta, com a seção transversal constituída
por gabiões-caixa na margem direita e terreno natural na esquerda.
Neste
posto foi instalado um limnígrafo A.OTT com as mesmas características
do anterior, num abrigo de chapa de ferro galvanizado sobre fuste de PVC
de 400 milímetros de diâmetro. As escalas foram fixadas no
fuste em lance único de 0 a 2 metros.
O
serviço de medições de vazão líquida
deste local é extremamente dificultado pela enorme quantidade de
lixo que é lançada no curso d'água e que enrosca nas
hélices do molinete.
1.2.3
Posto Imobel (Córrego Itaguaçu)
Este
posto foi instalado dentro do empreendimento Imobel na junção
de dois tributários, a montante de dois tubos de concreto com diâmetro
de dois metros que canalizam o córrego sob uma rua do loteamento.
Dada
a vazão diminuta deste curso d'água, quando do escoamento
básico, o método convencional de medição de
nível e vazão com uso de escalas e molinete mostra-se inviável,
sendo necessário recorrer a algum tipo de estrutura medidora. Dessa
forma, optou-se pela instalação de dois vertedores, um triangular
de soleira delgada e outro retangular (em cota ligeiramente mais elevada,
para vazões maiores), posicionados lado a lado.
1.2.4 Posto do Reservatório do Bananal
Havia
sido instalado um limnígrafo com um registrador automático
junto à estrutura das grades de retenção do lixo,
localizadas a montante dos dispositivos de saída das águas
do reservatório. O objetivo do aparelho neste reservatório
é de monitorar sua operação. Contudo, devido a problemas
de funcionamento do reservatório durante estação chuvosa
2000/2001, que provocou o alagamento da região a montante deste,
os moradores atingidos destruíram as instalações existentes
no local, incluindo o limnígrafo.
Dessa
forma, prevê-se a instalação de um novo equipamento
registrador de níveis junto à estrutura da tomada d'água
do dispositivo de saída do reservatório. O equipamento mais
adequado neste caso é o transdutor de pressão, por permitir
uma instalação menos visível, o que tende a evitar
problemas com vandalismo.
1.2.5
Campanha de Medição de Vazão
Devido
às dimensões e ao formato da bacia (formato de cálice)
e também à sua alta taxa de urbanização, as
suas respostas às precipitações são muito rápidas.
A passagem de onda de cheia pelas seções de controle é
extremamente rápida, sendo necessário efetuar as medições
durante as chuvas, pois, caso se opte por fazê-lo após o término
destas, corre-se o risco de medir apenas o final da onda, já na
parte recessiva.
A
equipe de campo tem encontrado grandes dificuldades para a realização
desse serviço. Além da alta velocidade da correnteza, acima
de 2m/s, que obriga a utilização de pesados lastros e estruturas
de suporte, junta-se a enorme quantidade de lixo trazida pelas águas,
que freqüentemente interrompe a rotação das hélices
do molinete.
No
Posto Jardim Vista Alegre, outra dificuldade é a ponte onde são
feitas as medições; estreita e sem parapeito, permite a passagem
de apenas um veículo por vez, além de ter um tráfego
bastante intenso. Para cada veículo que passa, faz-se necessário
remover os equipamento de medição da ponte por questões
de segurança, truncando o andamento da medição. Dessa
forma, para este posto optou-se por realizar algumas medições
com flutuadores.
2.
Monitoramento da qualidade da água
A
estratégia para o monitoramento da qualidade da água foi
estabelecida da seguinte forma:
- Monitoramento
de tempo seco: foram realizadas seis coletas pontuais com a condição
de não existir chuva nos quatro dias anteriores à coleta.
- Monitoramento
de tempo úmido: em dois pontos de monitoramento foram instaladas
garrafas de espera, com o objetivo de monitorar a qualidade da água
a medida que o hidrograma de cheia sobe, de modo a identificar as variações
no transporte de poluentes pelo escoamento superficial.
Essa
separação na coleta das amostras é importante para
o conhecimento das condições da bacia no período seco
e no período úmido, para que se possa fazer uma comparação
da poluição gerada pela bacia e sua relação
com os eventos chuvosos; e a certificação da ocorrência
da poluição difusa.
O
monitoramento da bacia é realizado com a implantação
de pontos de monitoramento da qualidade da água, convenientemente
localizados na bacia, junto com os limnígrafos que foram instalados
pelo CTH/ DAEE.
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