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Mudança de fase:
Líquido-Vapor
Misturas
Vimos então como se comportam as
substâncias puras quando mudam de fase. Vamos ver agora o que acontece com
as misturas.
Note que serão apresentados conceitos importantes para
o nosso estudo:
Vaporização de Misturas
Vamos repetir a experiência feita para uma substância
pura só que, agora em vez de ter-se água pura no recipiente colocado
dentro do forno, tem-se uma mistura de água e álcool etílico com a
concentração, em fração mássica de 0,5 (ou seja, 50 g de água e 50g de
álcool, por exemplo). O álcool etílico, a pressão ambiente (1 atm) ferve a
78,3 oC e a água, como dissemos, a 100 oC. O que irá
acontecer nessa nova situação? A temperatura irá ficar constante enquanto a
mistura ferve? Com essas questões na mente, iniciamos o experimento e
observamos o que acontece com as leituras de temperatura fornecidas pelo
termômetro. Os fatos estão relatados a seguir
Figura 1: Variação da temperatura com o
tempo no aquecimento da mistura água-álcoo etílico (Pressão = 1 atm).
Ponto
A: A mistura etanol-água foi colocada no forno. O líquido ainda
está frio.
Ponto B: A mistura começa a se aquecer e
a temperatura aumenta com uma velocidade maior do que a observada no experimento
anterior (com água pura). Isso
era esperado pois a capacidade calorífica do etanol é 2.8 kJ/kg C e a da água
é 4.2 kJ/kg oC e a da mistura estará entre esses dois valores. Ponto
C: Aparece a primeira bolha no fundo do recipiente que contém o
líquido. ela sobe à superfície. Se coletássemos essa bolha, uma
análise mostraria que seria rica em etanol. Enquanto o líquido é
formado por 50% de etanol e 50% de água, essa primeira bolha de vapor
conteria 65% de etanol. Isso acontece pois o etanol tendo ponto (ou
temperatura) de ebulição menor do que o da água apresenta uma tendência
para entrar em ebulição em primeiro lugar. Essa temperatura (80 oC) é chamada de Ponto
de Bolha, ou Temperatura do
Ponto de Bolha ou, ainda, Temperatura de Bolha, pois assinala a
formação da primeira bolha.
Ponto D: O etanol e a água continuam a
ferver. Entretanto a temperatura não permanece constante como no caso da água
pura: ela sobe lentamente. O calor latente de vaporização (ou entalpia de
vaporização) continua a existir: é o causador da lenta ascensão da
temperatura, mas a sua presença não é tão óbvia como no caso das
substâncias puras (como no caso anteriormente estudado da água pura). A
temperatura sobe pois a fase líquida está sendo, cada vez mais. enriquecida
com água, a qual tem ponto de ebulição maior.
Ponto E: A última gota de líquido
que evapora é muito rica em água (84% de água). A temperatura em que
isso acontece é chamada de Ponto de
Orvalho, ou Temperatura do Ponto
de Orvalho ou, ainda Temperatura de Orvalho (85
Ponto F: A temperatura do vapor dentro do
recipiente (mais a que já está espalhada no ambiente, mais as diversas partes
do forno) irá aumentar até que o equilíbrio térmico seja atinjido: tudo
estará na mesma temperatura.
Sumário dos acontecimentos:
- as misturas têm a mesma capacidade
calorífica para absorver calor e, no processo, se aquecem;
- as misturam entram em ebulição quando atingem
a uma temperatura chamada de Temperatura de Bolha. Após isso, a
temperatura cresce lentamente, apesar de ainda existir o calor latente
de vaporização ou entalpia de vaporização. Esse comportamento é
observado até que a última gota de líquido vaporize, na Temperatura
de Orvalho;
- O vapor produzido no Ponto de Bolha é
rico no componente cujo ponto de ebulição é menor (no caso, o
etanol);
- O líquido, no Ponto de Orvalho é rico
no componente cujo ponto de ebulição é maior (no caso, a água);
- desde que a evaporação seja total, a
temperatura da mistura, agora na fase vapor, volta a aumentar.
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