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Regra das Fases de Gibbs A Regra das Fases de Gibbs
(RFG) fornece o número de propriedades intensivas (temperatura,
pressão, concentração de todos os componentes em cada fase), também
conhecido como graus de liberdade, F, que podem ser livremente
variadas sem perturbar o estado de equilíbrio com um número fixo de
componentes, C, e um número, também fixo de fases coexistentes,
Ph (uma fase gasosa, uma ou várias fases líquidas e sólidas). A
regra é expressa pela equação:
Equação 1
Essa forma da RFG é válida somente para sistemas simples,
sem reação química. Note que a RFG
não proíbe a variação de mais propriedades do que o número de graus
de liberdade para um sistema em equilíbrio. Entretanto, isso irá
resultar em uma mudança no número de fases em coexistência. Por
exemplo: vamos considerar uma substância pura (C = 1) no equilíbrio
líquido-vapor (Ph = 2). Pela RFG, ou seja, pela equação 1. tem-se que: F
= 1 - 2 + 2 = 1 ou seja, tem-se a
possibilidade de variar somente 1 grau de liberdade. Mas, se tanto a
pressão quanto a temperatura forem alteradas arbitrariamente, ou seja F =
2, ter-se-á que C não poderá ser alterado e, assim, Ph deverá
acomodar-se de modo que a regra seja obedecida, ou: 2
= 1 - Ph + 2 ou Ph = 1 Desse modo,
haverá somente uma fase: ou a fase vapor ou a fase líquida - uma delas
irá desaparecer para que seja atingido um novo estado de equilíbrio. Para
uma fase, existem 2 graus de liberdade. Assim, a pressão e a temperatura
podem ser variadas sem a criação de uma nova fase. Para duas fases em
equilíbrio, somente uma das duas variáveis poderá variar (ou a pressão
ou a temperatura), a outra será uma variável dependente (veja o caso da pressão
de vapor em função da temperatura). Se coexistirem as fases sólida,
líquida e vapor, em equilíbrio, como no caso do ponto triplo
(veja a Figura 1 da página sobre pressão
de vapor), não existe nenhum grau de liberdade. Em outras, o ponto
triplo de uma substância ocorre a um par fixo de temperatura e pressão,
como sabe-se verdade pela prática.
Aplicações da Regra
das Fases de Gibbs a Processos de Separação
A RFG nos diz quantas propriedades
(parâmetros de operação) podem ser variados para um dado processo de
separação. Além disso, nos dá informações acerca de que tipo de
representação gráfica (diagrama de fases) deverá ser usado. A Tabela
1 fornece resultados da aplicação da RFG a alguns processos de
separação. Tipos de fases são abreviadas com g (fase gasosa ou vapor),
l (líquida) e s (sólida). Na coluna das variáveis de operação
o termo x significa a concentração de um dos componentes em uma
das fases, p e T são, respectivamente, a pressão e a temperatura.
Tabela 1: Aplicação da Regra das Fases de
GIbbs a Processos de Separação
Processo |
Ph |
Tipo de Fases |
C |
F |
Variáveis
de Operação |
Destilação (sistemas
binários miscíveis) |
2 |
l, g |
2 |
2 |
p, x |
Destilação (sistemas
binários imiscíveis) |
3 |
l, l, g |
2 |
1 |
p |
Absorção de Gás |
2 |
l, g |
3 |
3 |
p, T, x |
Extração Líquido-Líquido |
2 |
l, l |
3 |
3 |
p, T, x |
Cristalização de soluções |
2 |
s, l |
2 |
2 |
p, T |
DeduçãoA
RFG origina-se da consideração do número total de variáveis e
do número de relações termodinâmicas entre essas variáveis em
equilíbrio. O estado de cada fase é descrito pela pressão, temperatura
e (C-1) moles ou frações molares. Pàra Ph fases, o número total de
variáveis é Ph(C+1). Entretanto, para sistemas em equilíbrio, são
válidas as seguintes condições de equilíbrio:
- a pressão é a mesma em
cada fase ou condição de
equilíbrio mecânico, restrita em (Ph-1),
- a temperatura é a mesma em
cada fase ou ou condição de
equilíbrio térmico, restrita em (Ph-1),
- o potencial químico de cada
componente é o mesmo em cada fase,
chamado de equilíbrio de massa, restrita em C(Ph-1).
Isso nos dá um total de (C+2)(Ph-1)
restrições. Subtraindo esse número de restrições do número total de
variáveis, tem-se a regra das fases..
Recursos on-line:
Outros aspectos da RFG são tratadas nas
seguintes páginas Web:
A UCB
também apresenta uma pequena
biografia de J. Willard Gibbs. |